Maldades
Além de Arminda, em "Três Graças", relembre cinco vilãs icônicas de Aguinaldo Silva
Autor é famoso por criar personagens femininas inesquecíveis


Três Graças mal começou e Arminda (Grazi Massafera) já desrespeitou os direitos trabalhistas, chamou a mãe de “velha maluca” e o filho de vagabundo. Isso tudo no primeiro capítulo. Grazi tem em mãos um prato cheio para ser amada e odiada ao mesmo tempo, afinal, como toda vilã criada por Aguinaldo Silva, traz muita ironia, pitadas de humor e narcisismo.
De volta ao horário nobre, Aguinaldo sabe do que o povo gosta. E se tem algo que atiça o público são as maldades perpetradas pelos vilões, que vão de ofensas verbais a crimes mais hediondos. Arminda tem todos os ingredientes necessários, com direito a uma escadaria para chamar de sua. Será que a veremos empurrar alguém? O certo é que, na galeria de malvadas do autor, fica difícil distinguir qual é a pior. Relembre algumas delas.
“Gostosa pra caramba!”

Faz mais de 20 anos que ela surgiu na telinha, e veio pra ficar. Virou memes, alguns internacionais – quem não conhece a “confused math lady”? – estampa camisetas e é citada por muitos como a vilã mais icônica da teledramaturgia. Nazaré Tedesco (Renata Sorrah) começou a trama de Senhora do Destino (2004) roubando uma bebê, que criou como se fosse sua. Anos depois, passou a matar todo mundo que descobria seu segredo, incluindo o marido José Carlos (Tarcísio Meira). Odiosa? Sim! Engraçada? Também! Divertiu com os apelidos que dava aos inimigos, como “anta nordestina” e “flageladinhos”, ao se referir a Maria do Carmo (Susana Vieira) e seus filhos, “songamonga”, como chamava a enteada Claudia (Leandra Leal), entre outros. O que não tinha de caráter, sobrava em autoestima, e Naza proferia a si mesma os maiores elogios: “gostosa, irresistível, é impressionante como o tempo só te valoriza”.
É peruca!

Detentora da moral e dos bons costumes de Santana do Agreste, Perpétua (Joana Fomm) travava uma batalha ferrenha com a irmã, Tieta (Betty Faria), na novela de mesmo título. A beata chamava metade das mulheres da cidade de “quenga”, atormentava os filhos e apontava os pecadores da região sem dó. No fundo, era hipócrita ao extremo, já que ela mesma era a pior pecadora de todas. Entre os segredos que guardava, Perpétua tinha uma caixa misteriosa, que continha uma “lembrança” de seu falecido marido. Uma das cenas mais impactantes da novela foi quando Tieta, em mais um confronto com a irmã, revela a todos que a megera usava peruca e era carequinha da silva.
Vilania com classe

Na novela Fina Estampa (2011), se Griselda (Lilia Cabral) – mais conhecida como Pereirão – era uma típica heroína brasileira, passando perrengue e trabalhando duro para sustentar a família, Tereza Cristina (Christiane Torloni) era o extremo oposto. Rica e chique, mas também cruel e preconceituosa, era a típica dondoca que se achava melhor do que os outros. Ao longo da trama, fez de tudo para infernizar a vida de Griselda – a quem chamava de “bigoduda” – e isso incluiu um incêndio na casa da rival e até um sequestro. Nem a filha Patrícia (Adriana Birolli) escapou das maldades da mãe, e ganhou de “presente” um rato morto quando estava grávida. Depois de atormentar muita gente, a “Rainha do Nilo desapareceu em alto-mar e foi dada como morta. Porém, nos minutos finais do último capítulo, apareceu para dar um último susto em Griselda.
Terror das criancinhas

Fazendo jus ao nome da novela, Silvia (Alinne Moraes) parecia um anjo, mas era capaz de tudo em Duas Caras (2007). Casada com Ferraço (Dalton Vigh), a vilã estava sempre armando barracos com a ex dele, a mocinha Maria Paula (Marjorie Estiano). No auge da loucura e da maldade, Silvia tentou matar o enteado Renato (Gabriel Sequeira), levando-o para um lago fundo e encorajando o menino a entrar na água. A clássica cena da criança pedindo ajuda, enquanto a madrasta má responde que não quer molhar o cabelo virou meme.
Oxente, my God!

Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque (Eva Wilma), de A Indomada (1997), só tinha a pose e a arrogância, porque dinheiro que é bom, nada. Falida, ela passou a novela de olho na fortuna da sobrinha Lúcia Helena (Adriana Esteves), e além de atormentar a moça por vários capítulos, tentou matá-la no final da trama. Quem acabou morrendo foi a megera, que após sucumbir ao fogo, apareceu no céu de Greenville prometendo: “I’ll be back” (“eu voltarei”).