Entretenimento



Leitura à sombra 

Calor não afasta público no último sábado da Feira do Livro

Estimativa da organização é de vendas 20% superiores à edição do ano passado

15/11/2025 - 23h41min


Fábio Schaffner
Fábio Schaffner
Enviar E-mail
Mateus Bruxel/Agencia RBS
Incentivo à formação de novos leitores foi uma das tônicas da feira deste ano.

Com os termômetros marcando 33ºC no início da tarde deste sábado (15), a leitura foi o refúgio mais aprazível para quem circulava pelo Centro Histórico de Porto Alegre. À sombra dos jacarandás da Praça da Alfândega, milhares de pessoas passeavam entre os estandes, aproveitando o último final de semana da Feira do Livro.

De bermuda, camiseta e a vira-lata Lina a tiracolo, o arquiteto paulista Danilo Resendes, 32 anos, estava à procura de volumes em espanhol da literatura latino-americana. Radicado em Porto Alegre há seis anos, Danilo ainda não havia conseguido ir à feira este ano. Ao lado da esposa Greici, buscava também presentes para as sobrinhas.

— É uma tradição vir todos os anos, mas eu já estava aflito que ainda não tinha conseguido vir desta vez. Estou feliz porque acabei de achar um livro de mapas para uma sobrinha. Ela vai poder viajar pelo mundo através do livro — comemorava Danilo. 

O incentivo à formação de novos leitores foi uma das tônicas da feira deste ano. Por meio do programa Alfabetiza POA, da prefeitura da Capital, 7.297 estudantes da rede pública municipal receberam vauchers no valor de R$ 60 para comprar em qualquer um dos 79 estandes. 

A iniciativa contribuiu para o sucesso do evento. Segundo estimativa da Câmara Rio-grandense do Livro, a edição deste ano deve superar em 20% o número de exemplares vendidos no ano passado, quando foram comercializados 24 mil livros. O balanço oficial será divulgado na entrevista coletiva de encerramento da feira, às 17h deste domingo (16). 

— Acho que essa parceria com a prefeitura é um dos principais legados desta edição. O vale-livro é uma luta que a gente tinha desde o início da gestão e eu entendo que ele fecha um ciclo começado em sala de aula. O aluno trabalha as obras na escola, vem à feira, encontra os autores e depois compra um livro novo. É uma sementinha que a gente planta na formação de novos leitores — celebra o presidente da Câmara, Maximiliano Ledur.

De acordo com a organização da Feira, mais de 20 mil estudantes circularam pela Praça da Alfândega. Mais de 300 autores estiveram presentes, incluindo 17 escritores internacionais. Sócia da Mania de Ler Bookstores, Cláudia da Rosa já comercializou cerca de 4 mil livros, 5% abaixo da meta que estipulou para esta edição. 

— O preço do livro subiu bastante nos últimos anos e temos o desafio do e-commerce, mas é sempre muito bom estar na Feira do Livro. A gente fica numa expectativa, trabalha muito para estar aqui, trazendo desde clássicos aos lançamentos — afirma Cláudia, que este ano teve Fabrício Carpinejar, Dan Brown e Itamar Vieira Júnior como os autores mais solicitados. 

Para e estudante de Design Eduarda Soares, 26 anos, um dos prazeres da Feira é a descoberta. Moradora de Gravataí, ela dedicou o sábado a buscar 11 títulos que trouxe listados em ficha, mas encontrou surpresas ao caminhar entre as bancas. 

— Eu estava atrás de um título de uma coleção, mas acabei comprando quatro — revela sorridente.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias