Noveleiros
Michele Vaz Pradella: "Continuações, remakes...estão faltando ideias originais na teledramaturgia?"
Nos bastidores da Globo, corre a informação sobre uma segunda parte de "Avenida Brasil"


A notícia que pegou os noveleiros de surpresa esta semana é sobre uma possível continuação de Avenida Brasil (2012). Segundo a colunista Carla Bittencourt, a TV Globo teria encomendado uma segunda parte da trama ao autor João Emanuel Carneiro, com direito ao retorno de Carminha e Tufão, já que Adriana Esteves e Murilo Benício estariam confirmados. Ok, agora vamos de opinião polêmica: sou contra. A novela foi um fenômeno na época de sua exibição, o que não quer dizer que o público de agora esteja interessado em saber o que aconteceu depois do “fim”.
Analisemos a atual novela das seis, Êta Mundo Melhor!, uma continuação de Êta Mundo Bom! (2016). A história atual é praticamente um espelho da primeira, com os mesmos personagens – ou os mesmos tipos, agora com outros atores e atrizes. A busca incansável de Candinho (Sergio Guizé) continua, desta vez pelo filho sequestrado. No geral, há poucas novidades em relação à trama de anos atrás. Na minha opinião, Walcyr Carrasco poderia ter encerrado as histórias lá atrás, na primeira novela.
O mesmo vale para os remakes. Vale Tudo se encerrou recentemente com uma série de críticas, e até polêmicas que perduram depois do último capítulo. Manuela Dias mexeu tanto na história que acabou descaracterizando um folhetim clássico. Falando nisso, sou do “time Taís Araújo”!
Clichês
Seja por conta das continuações ou remakes, a impressão que dá é de que faltam ideias originais, o que não é verdade. Aguinaldo Silva tem mostrado com Três Graças que sempre é possível dar novos contornos a histórias já conhecidas. Um novelão bem escrito até precisa apostar em clichês para dar certo: vilã odiosa e narcisista, mocinha batalhadora, segredos ocultos... Uma história bem contada vale muito mais do que tramas requentadas.