Entrevista
Noivo de gaúcha, Miguel Rômulo se declara ao RS: "Adoro churrasco, xis e chimarrão"
Ator vive Quincas, ex-marido de Dita (Jeniffer Nascimento) em "Êta Mundo Melhor!"


Ele cresceu diante das câmeras e, agora, encara com maturidade os altos e baixos da profissão. Aos 33 anos, Miguel Rômulo voltou a viver Quincas em Êta Mundo Melhor!, quase uma década depois de dar vida ao personagem em Êta Mundo Bom! (2016). Carioca da gema, o ator mantém uma relação de proximidade com o Rio Grande do Sul desde que conheceu a noiva, Fran Castro. Em entrevista, Miguel conta que adora xis, churrasco e chimarrão, e revela que o casamento irá ocorrer no ano que vem, em Porto Alegre.
Como foi revisitar o personagem Quincas 10 anos após Êta Mundo Bom!? Pelo que vimos até agora, ele continua malandro... Há chances de uma mudança significativa na personalidade dele?
Reencontrar o Quincas depois de 10 anos está sendo muito especial. É um personagem que eu tenho um carinho enorme, e voltar a viver ele é como reencontrar um velho amigo. O público já vem se divertindo muito com ele, e é muito legal ver como o Quincas continua despertando esse carinho. Acho que, até o final da novela, ele vai passar por um amadurecimento maior e terminar de um jeito diferente, finalmente encarando as responsabilidades que precisa ter.

Em quase 10 anos entre uma novela e outra, o que mudou em você como pessoa e como profissional?
Acho que a maturidade profissional muda muito com o tempo. Hoje, com 33 anos, eu sou uma pessoa bem diferente daquele Miguel de 23 que fez a primeira novela. Ao mesmo tempo em que me sinto mais maduro, também sinto que as cobranças aumentaram comigo mesmo e com o que quero entregar ao público. Tenho vontade de mostrar mais do meu trabalho, de surpreender e de manter a qualidade da primeira novela. Estou muito feliz de estar vivendo esse momento, mas também muito consciente da responsabilidade de fazer um trabalho excelente.
Você já passou por períodos de incerteza na carreira (como entre 2019 e 2023, quando não teve trabalhos fixos), e mencionou cuidar bastante da saúde mental. Que estratégias foram mais importantes para atravessar esse momento?
A nossa carreira é muito incerta, é cíclica. A profissão nos dá muitos choques de realidade, principalmente quando a gente não está exercendo ela. Isso é algo comum, e eu tenho consciência da minha história e de tudo o que construí. Mas confesso que, nesse período de pausa, que coincidiu com a pandemia, foi um momento difícil. Acho importante lembrar que todos nós, atores e atrizes, passamos por situações muito complicadas por causa da covid, e isso acabou se estendendo até 2023. A saúde mental se tornou um tema essencial pra mim nesse tempo. Busquei ajuda, fiz terapia, e contei muito com o apoio da minha família, da minha esposa e dos meus amigos. Por mais que a gente ache que sabe lidar, quando chega a nossa vez é preciso tirar os escudos, baixar a guarda e pedir ajuda. Acho que isso vale pra qualquer ator ou atriz, principalmente pra quem está começando e enfrenta períodos sem trabalho. É algo comum, e é importante estar preparado emocionalmente pra esses momentos.

O que você diria para o pequeno Miguel, que começou na carreira de ator ainda muito cedo?
Eu diria para o pequeno Miguel continuar acreditando. Que as coisas não acontecem do dia para a noite, mas que o tempo traz as respostas e as oportunidades certas. Diria para ele ter paciência, seguir estudando, se dedicando e não perder a alegria de fazer o que ama. E eu também gostaria de saber se ele tem orgulho de mim, se ele me olha com a admiração que eu sempre imaginei que me olharia no futuro. Mesmo nos momentos em que preciso de mais maturidade, o Miguel criança, o Miguel sonhador, sempre está comigo e sempre vai estar.
Desde sua estreia, você teve papéis bem diversos. Que tipo ainda sonha em interpretar?
Não é nenhum segredo que eu tenho muita vontade de enfrentar desafios maiores na minha carreira. Sonho com um protagonista, um personagem de destaque ou até mesmo um vilão, papéis que me tirem da zona de conforto e me permitam mostrar novas facetas como ator. Cada personagem que já vivi me ajudou a crescer, mas agora é natural querer assumir papéis que me deem mais destaque e que permitam ao público me conhecer ainda melhor. É uma vontade de continuar aprendendo, me superando e me conectando de forma mais intensa com quem acompanha meu trabalho.
Como foi reencontrar sua família da ficção em Êta Mundo Melhor!? Deve ser um aprendizado constante estar em cena com Elizabeth Savala, Ary Fontoura e Dhu Moraes, né?
É como reencontrar uma família. Sinto muito carinho e admiração por todos, e cada cena é uma oportunidade de aprender e crescer como ator. É incrível poder estar cercado de profissionais tão generosos e experientes, que ensinam não só técnica, mas também amor pelo que fazem.
Além da novela, que outros projetos você tem em paralelo ou para o futuro?
Em Dona Beja (novela da HBO Max que estreia no ano que vem), vou interpretar o Padre Otávio, um personagem completamente diferente de tudo que já fiz. Ele tem uma energia muito intensa e um caráter controverso, fazendo coisas que vão totalmente contra o que se espera de um padre, justamente como era natural na época. Tenho certeza de que o público vai odiar o personagem, porque esse é exatamente o objetivo. É um papel desafiador, que me permitiu explorar nuances muito diferentes e testar limites que nunca explorei antes na carreira. A estreia está prevista para o primeiro trimestre de 2026.

Qual é a sua relação com o Rio Grande do Sul desde que começou a se relacionar com uma gaúcha?
O Rio Grande do Sul se tornou uma segunda casa para mim depois que a Fran entrou na minha vida. Aprendi muito sobre a cultura gaúcha, adoro churrasco, xis e chimarrão, que não falta na nossa rotina. A gente também adora assistir aos jogos do Grêmio, que a família da Fran acompanha com muito entusiasmo. Sempre que posso, vou para Taquari, a cidade dela, e estou ansioso pelo nosso casamento no ano que vem, que vai acontecer em Porto Alegre, neste Estado que considero minha segunda casa, o Rio Grande do Sul.