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Sexo e tecnologia (parte 2): sexting com responsabilidade

O desafio da era digital é compreender que o prazer verdadeiro acontece quando a inovação encontra o corpo

16/11/2025 - 21h40min


Charles Schneider Borges
Charles Schneider Borges
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Reprodução/Reprodução

Conhecido como sexting, o envio de mensagens, áudios ou imagens sensuais só deve acontecer quando ambas as partes desejam participar. Consentimento explícito é o primeiro passo. Também é aconselhável preferir imagens sugestivas em vez de conteúdo totalmente explícito, pois, além de manter o erotismo, esse tipo de imagem preserva a privacidade.

Elementos que identifiquem a pessoa – como rosto, tatuagens ou cenário reconhecível – devem ser evitados. Antes de enviar, é importante desativar a localização do dispositivo e evitar que o conteúdo seja armazenado automaticamente em nuvens digitais. O ideal é que as mensagens sejam enviadas por meios que permitam controle de visualização, como temporizadores.

Após o envio, recomenda-se excluir imediatamente o conteúdo produzido e recebido. E, principalmente, o sexting deve ocorrer apenas com pessoas em quem se confia. Se houver qualquer tipo de pressão, insistência ou ameaça, o envio não deve acontecer. Nessas situações, a orientação é interromper a conversa e, se necessário, registrar o ocorrido.

Fortalece ou prejudica?

O sexting e outras ferramentas digitais podem fortalecer o desejo e estimular a intimidade, desde que adicionem novidade e conexão, e não ansiedade ou insegurança. Quando a tecnologia substitui o toque humano, cria expectativas inatingíveis ou se torna uma obrigação dentro da relação, ela passa a comprometer a saúde sexual.

O prazer, em sua essência, não está na tela ou no dispositivo. Ele nasce do corpo, da mente e da relação. A tecnologia pode intensificar a experiência, mas não criar, sozinha, a intimidade necessária para que o prazer seja pleno. Usá-la como aliada – e não como muleta – é o caminho para uma vida sexual mais livre, consciente e satisfatória.

Ao final, o desafio da era digital não é escolher entre high tech ou high touch, mas compreender que o prazer verdadeiro acontece quando a inovação encontra o corpo, quando o estímulo se une ao afeto e quando a liberdade vem acompanhada de responsabilidade.


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