Estrelas da Periferia
DJ Jobim impulsiona cultura periférica e cria espaço para novos artistas
Também empresária, produtora e CEO, jovem participou do Rap In Cena 2025 e lidera projeto voltado a músicos independentes


Desde cedo, ao assumir a caixa de som em aniversários, rolês de amigos e outras celebrações informais da vizinhança, Nathalia Jobim Silva, a DJ Jobim, cresceu com a certeza de que seu futuro estava na música. Criada no bairro Colina, em Guaíba, formou-se em meio a uma fusão de ritmos que moldaram sua identidade artística e profissional, atuando como DJ, produtora, CEO e voz ativa da cultura periférica.
Entre as aparições mais recentes, destaca-se o set apresentado no Bud Beat Lounge do Rap In Cena 2025. A artista — que estreou no evento no ano anterior e acumula parcerias com Felp 22 e Rany Money, do Cone Crew Diretoria — reflete que, hoje, sabe exatamente onde quer estar.
— Meu lugar é no palco, comandando a pista, soltando os hits que fazem a galera cantar, dançar e se sentir viva — afirma a artista de 27 anos.
Jobim também marcou presença em eventos de representatividade e mobilização social, como a Parada da Luta 2025 e a Parada Livre 2025. Segundo ela, seu objetivo é fortalecer uma cena periférica independente, diversa e colaborativa, contribuindo para a conquista de maior visibilidade e autonomia dos artistas.
Início da trajetória
Aos 15 anos, Jobim pediu aos pais um equipamento de DJ. Na época, o desejo não pôde ser atendido, o que a levou, por um período, a acreditar que talvez precisasse seguir um caminho diferente da música. Ainda assim, como relembra, mesmo nas tentativas de afastamento, as portas do mundo artístico continuavam a se abrir para ela.
— Ao lado de dois amigos, comprei umas coisas simples e montei um estúdio em casa. Lá foram gravadas diversas guias de artistas sem condições, além de musicas posteriormente lançadas — explica DJ Jobim, finalizando:
— Foi ali que percebi que a musica estava em mim, e que eu não iria me distanciar nunca mais.
Ativismo
Fruto do desejo de ampliar as oportunidades para artistas independentes, Jobim assina o projeto Cultura da Quebrada — um ponto de encontro para artistas locais, já experientes ou em início de trajetória, onde podem recitar poemas e cantar.
— O Cultura na Quebrada me ensinou que liderança não é sobre mandar. É sobre escutar, construir junto e criar espaço pra todo mundo brilhar. Mesmo sendo um projeto que nasce de uma ideia minha, ele só faz sentido porque é coletivo — observa.
Com o tempo, a iniciativa tornou-se combustível para que Jobim entendesse melhor o seu propósito na arte. Muito além de criar, a DJ enxerga sua atuação como um meio de conectar pessoas, inspirar histórias e proporcionar um espaço seguro para a autenticidade:
— Aprendi muito sobre pertencimento, sobre como as pessoas se reconhecem quando veem suas histórias, vivências e estética sendo valorizadas. A arte na periferia tem um poder gigantesco: ela fortalece identidades, cria redes e mostra que a gente não é só resistência, mas também criação, inovação e futuro.
*Produção: Juliana Farinati
Aqui, o espaço é todo seu!
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