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Entrevista

Fábio de Luca comemora fase de ouro da carreira: é sucesso em "Êta Mundo Melhor!" e também no teatro

Ator e humorista vive o detetive Sabiá na trama das seis

17/12/2025 - 11h10min

Atualizada em: 17/12/2025 - 11h12min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Edu Lopes/TV Globo
Cria do humor, mas disposto a transitar por outras vertentes

Estreando nas telinhas com a novela Êta Mundo Melhor!, o ator Fábio de Luca mergulhou de cabeça no papel do detetive Sabiá. Contratado para encontrar o filho de Candinho (Sergio Guizé), o personagem conquistou espaço na trama com seu humor, investigando de um jeito atrapalhado e entretendo o público da trama das seis. Apesar de ter feito sua estreia nas novelas este ano, o ator, que soma 27 anos de carreira, ganhou projeção em 2014, quando entrou para o elenco do canal do YouTube Parafernalha – onde também atuou como roteirista. Em 2018, consolidou seu nome no cenário nacional ao ingressar no Porta dos Fundos. Ele também está presente no streaming, com participação especial na série Pablo & Luisão, do Globoplay. Hoje, aos 45 anos, Fábio concilia a telinha com os palcos. Ele é uma das estrelas do espetáculo 60 Minutos para Morrer, ao lado de Alex Moczy. A montagem do grupo de teatro espírita carioca Amigos da Luz, que une espiritismo e humor, passou por Porto Alegre em novembro. Nesta entrevista, o ator compartilha suas novas experiências, como tem se organizado em diferentes projetos e o que espera do futuro.

 Êta Mundo Melhor! marca sua estreia nas novelas. Como tem sido essa experiência e o que o papel do Sabiá trouxe de novo para você como ator? 

É uma realização! Eu cresci naquele tempo em que ser ator “de verdade” só acontecia quando você fazia novela. Então estar em Êta Mundo Melhor! é, pra mim, simbólico demais. E o Sabiá é um presente: um anti-herói fofo, atrapalhado, vaidoso, mas com sangue quente e coração enorme. A novela me ensinou uma coisa nova: ritmo de maratona. É muito diferente da comédia digital, que resolve tudo em três minutos. Aqui, eu preciso manter o personagem vivo por meses. Tô aprendendo pra caramba. 

Fábio Rocha/TV Globo/Reprodução
Vive o trapalhão detetive Sabiá na novela das seis

O humor continua sendo seu território mais confortável? 

É meu território mais afetivo, digamos assim. Onde me sinto em casa. Foi pelo humor que fui me enfiando nos grupos, furando as bolhas, estabelecendo meu lugar nessa profissão. Mas não é o único espaço onde quero estar. Eu já fiz drama no teatro, e adorei. Tô louco pra explorar mais. Mas o humor continua sendo pra mim um tipo de boia salva-vidas. 

Como tem sido conciliar tantas frentes ao mesmo tempo? 

É uma maluquice deliciosa. E eu funciono bem na maluquice, por causa do TDAH. Já falei isso algumas vezes: quando a rotina tá muito quietinha, eu fico esquisito. Preciso desse caos organizado pra trabalhar feliz. E meu personagem na novela tem períodos de sumir e voltar, o que me dá umas ilhas de tempo pra tocar os outros projetos. 

Entre tantos projetos, o que ainda falta realizar artisticamente? 

Falta muita coisa. Quero poder um dia protagonizar um filme, quero fazer um vilãozão de novela daqueles que o público ama odiar, quero explorar mais textos ricos no teatro, seja comédia, drama, terror, tudo que aparecer. E quero continuar ampliando meu alcance, falando com mais gente, em mais formatos, em mais lugares. E, claro, quero ganhar dinheiro. Poder pagar os boletos todos com tranquilidade não deixa de ser uma arte, se você parar pra pensar. 

Divulgação/Divulgação
No teatro, ao lado de Alex Moczy

Você passou por Porto Alegre em novembro. O que achou da cidade?

Porto Alegre abraçou a gente de um jeito muito especial, mais uma vez. É uma delícia quando o espetáculo consegue conquistar de verdade esses coraçõezinhos gaúchos. A mágica do teatro vem com tudo e o pessoal embarca legal com a gente na história. Ri, prende a respiração, reage. Pra um ator, isso é gasolina de aviação.

Como surgiu a ideia da peça e o que te motivou a montar esse trabalho agora?

60 Minutos para Morrer nasceu da vontade do Amigos da Luz de juntar humor, suspense e espiritualidade, que sempre foi meio o nosso DNA. A peça já estava maturando na cabeça do grupo fazia tempo. É a história de um coach e de um motorista de aplicativo trancados juntos e com uma bomba, sendo obrigados a encarar seus monstros, atravessar temas que muita gente sente na pele: culpa, perdão, vaidade, autenticidade. Parecia um bom momento pra contar essa história. E foi mesmo. 

 * Produção: Josyane Cardozo 


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