Nos últimos tempos, mocinhos e mocinhas de novelas deixaram a perfeição de lado, cometendo erros, metendo os pés pelas mãos e até flertando com a criminalidade.

Em Três Graças, o caso mais emblemático é o da protagonista Gerluce (Sophie Charlotte): batalhadora, guerreira, mãe amorosa e filha exemplar. Porém, foi dela a ideia de roubar a estátua das Três Graças. Roubar não, expropriar.

O time da moça é formado quase que totalmente por réus primários. Viviane (Gabriela Loran), generosa, disposta a tudo para ajudar os amigos; Júnior (Guthierry Sotero), jovem honesto e trabalhador, mas que teve uma virada de chave ao ser acusado injustamente de furto; Misael (Belo), traumatizado pela morte da esposa, busca justiça. O único ponto fora da curva é Joaquim (Marcos Palmeira), que já cometeu atos ilícitos. Quem poderia imaginar que um grupo desse arquitetaria um assalto tão bem elaborado à casa de Arminda (Grazi Massafera)?

Boa causa

Três Graças vem respondendo melhor à pergunta que norteava Vale Tudo: “vale a pena ser honesto no Brasil?”. Na trama de Aguinaldo Silva, o propósito é muito mais nobre do que simplesmente enriquecer a qualquer custo. Gerluce e seus aliados querem o dinheiro “expropriado” para comprar remédios verdadeiros para os doentes da Chacrinha, vítimas do esquema criminoso de Ferette (Murilo Benício). Vale lembrar que Gerluce tentou resolver a situação pelas vias legais, mas foi orientada pelo próprio delegado a não prosseguir com as denúncias. 

Mais do que entreter, a atual novela das nove nos faz pensar se nós, em uma situação dessas, não seríamos capazes de algo semelhante. 

Se fosse a tua mãe morrendo, vítima de remédios falsificados, o que tu farias?