Fazia tempo que não via uma torcida tão grande por um casal de mocinhos do horário nobre. Em Três Graças, Aguinaldo Silva, Virgílio Silva e Zé Dassilva foram certeiros em criar Gerluce (Sophie Charlotte) e Paulinho (Romulo Estrela), e o público está cada vez mais apaixonado por “Paluce”. De um lado, uma mulher que carrega dores do passado, que já passou pelo trauma de um relacionamento abusivo, e agora, mais do que nunca, precisava de um esteio, de braços que a enlacem de forma acolhedora. Do outro, um detetive que se apaixonou à primeira vista, chegou de mansinho, oferecendo carona, até que acertou o coração da amada. Eles precisavam um do outro, e nós, aqui do outro lado da telinha, precisávamos ver um amor desse para termos um tantinho de esperança na humanidade.

Talvez o grande mérito desse casal seja que, individualmente, os personagens são bem construídos. Nada de idealização, de mocinha perfeita e herói intocável, pelo contrário. Gerluce é batalhadora e mata um leão por dia, mas também se atrasa pro trabalho, perde o ônibus e se envolveu com homens que não prestam. Tão cheia de camadas que, agora, planeja o roubo – ou melhor, expropriação – da estátua das Três Graças. Por mais que seja por uma ótima causa, não deixa de ser um crime. E ela namora um policial. Vejam só que trama mais complexa vem se desenrolando diante dos nossos olhos.

Química

Como dizem os memes nas redes sociais, Paulinho e Gerluce não têm apenas química, mas sim a tabela periódica inteira. As cenas da primeira vez do casal, na casa de praia, foram sutis e delicadas, sem serem apelativas. Apareceram nus, mas com uma fotografia e direção de arte tão perfeitos que deixaram todo mundo encantado. E torcendo para que, expropriações à parte, eles tenham o esperado final feliz, lá em maio.