Entretenimento



Homenagem

"Quero sorrir pela vida dela": filho fala sobre Ieda Maria Vargas, primeira Miss Universo brasileira que morreu em Gramado

Familiar e conhecidos relatam histórias sobre esta importante personalidade do Rio Grande do Sul, que faleceu aos 80 anos, nesta segunda-feira

23/12/2025 - 13h01min


Renata Oliveira Silva
Renata Oliveira Silva
Enviar E-mail
Jefferson Botega/Agencia RBS
Apesar do AVC, Ieda continuava alegre e carismática segundo pessoas próximas.

— Não quero chorar a morte da minha mãe, quero sorrir pela vida dela — destaca Rafael Vargas Athanasio, filho da primeira brasileira a vencer o Miss Universo, Ieda Maria Vargas, que morreu aos 80 anos, nesta segunda-feira (22), em Gramado.

Ela estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Arcanjo São Miguel. A informação da morte foi confirmada pela filha, Fernanda Vargas. 

Nascida em Porto Alegre, em 31 de dezembro de 1944, tornou-se um ícone da beleza brasileira ao conquistar os títulos de Miss Brasil e Miss Universo em 1963. Ela alcançou a coroa de Miss Universo aos 18 anos, em Miami Beach, nos Estados Unidos. 

Depois, viveu por um período na cidade norte-americana e, em 1968, casou-se com José Carlos Athanázio, com quem teve dois filhos, Rafael e Fernanda. Depois disso, retornou a Porto Alegre e optou por uma vida reservada, sem seguir carreira artística, participando apenas de alguns eventos nacionais e internacionais como convidada especial.

Banco de Dados/Agencia RBS
Ieda venceu o Miss Universo em 1963.

Aos 55 anos, sofreu um AVC, que comprometeu a memória e a fala, mas conseguiu se recuperar. Após ficar viúva em 2009, mudou-se para Gramado. 

Para o filho Rafael, apesar da dor da perda, o momento é de pensar nos momentos felizes em que viveram juntos. 

— Foram 55 anos ótimos e sou muito grato com todo o tempo que passei com ela. Agora é um momento muito triste da minha vida, mas apesar da dor no fundo da alma, prefiro pensar na sorte e na felicidade que tive em viver a minha vida com ela. Vai ser um Natal estranho, mas prefiro sorrir pela vida que ela teve e tudo que me proporcionou — desabafou o filho. 

"Nos despedimos de uma grande mulher, de uma dama"

Segundo o jornalista João Pulita, que encontrou Ieda em diversos eventos na Serra, a miss gostava muito de falar sobre flores e seu amor pela cultura gaúcha. 

— Era reservada para discorrer sobre sua representação magnífica com o título de Miss Universo, mas gostava de falar das flores dos jardins de Gramado e de seu amor pela cultura do Rio Grande do Sul. Nos despedimos de uma grande mulher, de uma dama. O RS deve estar triste demais — disse Pulita. 

Já a jornalista e fotógrafa Liane Neves, de 67 anos, conheceu Ieda ainda criança, quando ganhou a boneca que representava a miss. 

— Lembro que quando ela ganhou, foi algo super celebrado. Ela era um ícone. Além disso, eu e minha irmã ganhamos a boneca Miss Universo (lançada pela "Estrela" em 1963) que representava a Ieda nos trajes de gala e de gaúcho (que usou no desfile que a consagrou) — relembrou Liane.  

Mas foi só na vida adulta que Liane teve um contato mais próximo com a miss. Nos anos 1990, produziu algumas fotos de Ieda no evento da Ilha de Caras (Angra dos Reis, RJ), que reuniu outras misses brasileiras, porém, em 2013, teve a oportunidade de conhecê-la ainda mais, durante a exposição em sua homenagem, no hotel Casa da Montanha, em Gramado. 

— Quando a reencontrei em Gramado, ela lembrou de mim e me deu um abraço. Fiz algumas fotos dela para a Revista Caras e, apesar das sequelas do AVC, ela seguia uma mulher muito linda, simpática e carismática — contou a fotógrafa. 

O velório está previsto para iniciar às 10h desta terça-feira (23), na Assembleia Legislativa.

Últimas Notícias