Ela arrasa em cena como a empreguete Penha, de Cheias de Charme. Fora da telinha, Taís Araújo, 33 anos, festeja o sucesso da personagem. Suburbana assumida, originária do popular bairro do Méier, no Rio de Janeiro, a linda revela nesta entrevista que estava com saudade de viver uma pessoa de origem humilde. E também fala sobre o amor imenso que possui pelo filho, João Vicente, um ano, e da relação com as suas empreguetes na vida real.

Mamãe de primeira viagem

Taís vive o seu primeiro papel como mãe após dar à luz - João Vicente, filho dela com o ator Lázaro Ramos, nasceu em junho de 2011. Para ela, a gravidez ajudou-a a olhar
para Penha, sua personagem, de outra forma:

- Muda tudo! O drama de todas as mães é o mesmo, e isto facilita entender. Agora, sei que é duro!

Vez ou outra, para ficar mais perto do menino, a atriz carrega Jovi, como é carinhosamente chamado, para o trabalho. Não precisa nem dizer que ele rouba todas as atenções nos estúdios da TV Globo...

- Durante este período todo que estou gravando, Lázaro é quem fica mais em casa com ele. Mas, daqui a pouco, vou ter mais tempo com o meu filho, e vai dar até pra pensar em ter outro - suspira a atriz.

De empreguete pra empreguete

Quando Taís fala sobre a boa estrutura que montou após o nascimento do filho, logo lembra das suas duas Penhas de confiança. Com olhar de agradecimento, ela destaca a importância de depositar a vida da família nas mãos das suas empreguetes da vida real, enquanto ela interpreta uma representante da categoria na ficção, sofrendo alguns maus bocados com patroas como a megera Chayene (Cláudia Abreu).

- Célia está comigo há 18 anos. Já Nininha foi babá dos meus primos, que, hoje, estão com nove anos. Ela ainda é uma menina, tem 28 anos. Então, é uma relação de extrema confiança e de falta de respeito também (risos). Pergunto pra elas: "Minha irmã é dona
Cláudia, minha mãe é dona Mercedes, e eu sou só Taís?". Ninguém me chama de "dona"
naquela casa! E elas ainda perguntam pra quê! Mas nem quero! Preciso muito delas, mesmo, para trabalhar em paz.

Com orgulho!

Taís diz que não se inspirou nas suas empregadas para compor Penha. Nascida e criada no Méier, bairro localizado na Zona Norte do Rio, ela atribui a verdade dada à personagem à
sua vivência no subúrbio e na Baixada Fluminense, onde tem familiares:

- Sou suburbana e conheço muita gente igual à Penha. Tenho muita referência de pessoas com o mesmo linguajar, que andam e falam como ela.

Taís viveu no Méier até os oito anos. Depois, mudou-se para a Barra, bairro nobre do Rio, com os pais e com a irmã. Hoje, vive com Lázaro e com o filho no Humaitá, na chiquérrima Zona Sul.

- Saí do Méier, mas ele não saiu de mim. Deixei o bairro muito novinha, mas a minha família é toda suburbana. Não é uma realidade muito distante da minha - afirma a atriz.

Cantoria só de mentirinha

Com previsão para terminar em outubro, Cheias de Charme deixará saudade, tamanho está sendo o sucesso da novela. Aliás, é raro ver na telinha tantos atores cantando ao mesmo tempo como nesta novela das sete. Há até uma torcida para que o trio As Empreguetes grave CD ou faça shows pelo país. Mas a ideia é totalmente descartada por Taís.

- A gente se diverte, mas não é a nossa profissão. Não tenho a menor vocação para ser cantora. Adoraria fazer musical, mas não desse jeito - avisa.

Corpaço em forma

Os olhos de Taís brilham quando ela fala sobre o seu figurino - mais comportado, aliás, se
comparado ao das colegas Cida (Isabelle Drummond) e Rosário (Leandra Leal), mas que
também não deixa de exibir a boa forma da atriz.

- São duas meninas e uma mulher que é mãe. Claro que fico muito mais à vontade com calça! Pra dançar, é muito melhor, não fica vulgar. Mas já usei short - comenta a bonitona,
que recentemente apareceu na trama de biquininho, incrédula de que as suas curvas façam tanto sucesso:

- Gente, desde a gravidez, não faço mais academia nem nada!

Será o fim do famoso trio?

Se permanece neutra quanto a Penha e Sandro (Marcos Palmeira) ficarem juntos, Taís tem a sua tese sobre o fim de As Empreguetes na trama:

- Acho que elas tinham que acabar mesmo. Novela é conflito. Quando está dando tudo muito certo, não tem história. E era um sonho da Rosário, não da Cida nem da Penha. Só que elas ficam mal, não queriam que acabasse - comenta Taís, que jamais discutiu com amigas suas da vida real:

- Tenho três amigas que são pau pra toda obra. A gente mal consegue se encontrar, todo mundo trabalha muito, mas nos falamos todo dia.

Saudade do popular

Taís lembra das vezes em que Penha entrou em cena sem ao menos um batom na boca.

- Vira e mexe, faço a Penha sem maquiagem. Dá credibilidade. Todo o início da novela foi feito de cara limpa - revela a atriz, que diz ter uma queda maior por personagens humildes:

- Estava morrendo de saudade de fazer uma pessoa assim. Clamava por um chinelo de dedo!

Ao relembrar as personagens de destaque da sua carreira, não são as protagonistas que mais a encantam.

- Isto importa cada vez menos. Não é o fato de ser protagonista que vai determinar que a personagem é boa. Quero papéis bem escritos, com conflitos. Isto, sim, enche os meus olhos.

Disputada por eles

A vida de Penha é uma montanha-russa desde o início da trama. No momento, o surfista Gilson (Marcos Pasquim) está abalando as estruturas da empreguete depois de tantos pretendentes ao posto - mal ocupado pelo ex-marido, Sandro.

Por falar em pretendentes, dá para contar nos dedos todos os homens que tentaram conquistar o coração de Penha: cinco, no total. Taís solta uma gargalhada e confessa que nunca parou para pensar no quanto a sua querida personagem é disputada.

- Eu, Taís, nunca fui tão disputada assim! É muito homem, né? Mas quem pega mesmo é a Cida! - desconversa, aos risos, jogando a responsabilidade para a personagem de Isabelle Drummond.

Dilema da personagem

Será que, com o romance com Gilson, Penha esquece em definitivo o pai do seu filho?

- Acho que ela é muito doida pelo Sandro, apaixonada por ele. É o pai do filho dela, e Penha leva isto em consideração - opina a atriz, que prefere não dar palpite sobre o destino do casal.

Fala, povo!

- A Taís é muito boa atriz. A personagem é ótima, só não gosto dos seus erros de Português. Acredito que ela tenha uma origem na classe média, e que o jeito suburbano seja graças à atuação.
Ana Maria Scheffer
Professora - Porto Alegre

- Ela faz muito bem o seu serviço e combina demais com a personagem. Tenho a impressão de que a Taís é de origem humilde, assim como a Penha.
Vitória Rosa da Silva
Estudante - Porto Alegre

- É uma atriz que convence no papel. Imagino que ela tenha vindo de uma família de classe
média, já que teve meios de tornar-se atriz.
Robert Lucas
Estudante - Porto Alegre

- Gosto muito da Taís Araújo, que se sai bem em todos os papéis que faz. Me parece muito apegada à família, de origem humilde.
Maria Izabel Torres Camargo
Serviços gerais - Porto Alegre