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Bate-papo

Talento gaúcho a serviço do Brasil

Werner Schünemann está de volta à telinha

23/09/2012 - 13h57min

Atualizada em: 23/09/2012 - 13h57min


Cristiane Bazilio
Cristiane Bazilio
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Foram mais de 20 anos de uma sólida e reconhecida carreira no Rio Grande do Sul até que as portas da Globo se abrissem para Werner Schünemann. Mas quando aconteceu, ele não titubeou e, na primeira oportunidade, arrebatou o público na pele de um conterrâneo, o coronel Bento Gonçalves, protagonista da minissérie A Casa Das Sete Mulheres (2003). Hoje, aos 53 anos, Werner tem cadeira cativa na emissora, por onde já figurou em todas as faixas: das seis ao prestigiado horário nobre. No ar como o doutor Assunção, em Lado a Lado, ele deixa para trás o peso do vilão Saulo, de Passione (2010), para dar vida a um médico do bem, e dividese entre Porto Alegre, onde vive com a família, e o Rio de Janeiro, onde chega a gravar, durante um dia, 14 horas. Neste papo com o Diário Gaúcho, este talento do Sul fala sobre o novo personagem, sobre os colegas gaúchos de elenco e sobre o preço a pagar pela fama.

Depois de um papel pesado, um pouco de leveza

Embora garanta que nunca foi rejeitado nem agredido nas ruas por conta do vilão Saulo, de Passione, um grande sucesso da sua carreira, Werner comemora o convite para um personagem leve e com um apelo humanitário. O doutor Assunção da novela das seis é um barão decadente que se dedica à Medicina enquanto a mulher, Constância,  interpretada por Patrícia Pillar, utiliza-se de armas nada morais, como dormir com outro homem, para recuperar o status perdido do marido.

- Foi muito legal, porque eu vinha de um personagem pesado, que acabou como assassino e pedófilo. E este é um cara bom. Não que ele seja perfeito, tem preconceito de classe, de cor, mas não faz maldades, é inocente. Já a mulher dele não admite a perda de prestígio - explica o ator.

Ponte aérea e o Q.G. à sua espera, em Porto Alegre

Casado há 20 anos com a figurinista Tânia Oliveira, Werner vive com a mulher, os filhos do casal, Dagui, 17 anos, e Arthur, 16, e com o enteado, Alexandre, 26, no Bairro Assunção, na Capital.

- Tenho casa aqui e um apartamento no Rio para trabalhar, porque não dá pra viver em hotel. Meus filhos cresceram lá, mas todo mundo quis voltar - conta o ator, que revela coincidências com a ficção:

- Moro no Bairro Assunção, a uma quadra da Rua Pereira Passos. Assunção é o meu personagem, e Pereira Passos, o nome do prefeito do Rio na época em que a novela se passa. Fiz o General Neto no cinema, a minha escola primária em Novo Hamburgo fica na Avenida Bento Gonçalves, esquina com a General Neto e se chama Osvaldo Cruz. Vou ter que começar a cuidar onde eu moro, daqui a pouco, vou fazer papel de índio (risos)!

O preço da fama convertido em respeito com o público

Werner foi alçado ao patamar de estrela nacional já no primeiro papel que fez na TV Globo, na minissérie A Casa Das Sete Mulheres. Quase dez anos depois, ainda sente na pele o assédio das fãs, mas lembra o frenesi que viveu na época em que o Brasil o conheceu.

- Foram os meus dias de Paul McCartney (risos)! Isto é o fenômeno chamado Rede Globo, a gente é só a bola da vez. Rasgavam a minha roupa, puxavam o cabelo. Eu tinha que andar com seguranças - lembra.

Mas enquanto a fama entrava por uma porta, a privacidade ia embora pela janela. E quem sentia o baque eram os filhos do ator, pitocos na época.

- Saíamos na rua, e eles eram cercados por quadris, só o que enxergavam com a altura deles! Um monte de quadril sufocando (risos).

Mas, na contramão das celebridades que se sentem ofendidas com o assédio, Werner acolhe os fãs:

- Eu jamais disse não a alguém que me abordasse. Nos dias em que eu não estou bem, fico em casa. Devo isto a essas pessoas. Outro dia, uma senhora viu a minha  esposa e eu na rua e perguntou: "Tu é a mulher dele? Sortuda!" (risos).

Encontro da gauchada faz o elenco sentir-se em casa

Lado a Lado poderia ser um recanto de gaúchos. Assim como Werner, Sheron Menezzes (a Berenice na história) e Rafael Cardoso (que vive o Albertinho, filho de Werner na trama) são daqui, sem falar nos integrantes da equipe técnica da novela.

Com uma rotina de gravações que varia entre nove e 14 horas por dia, de segunda a sábado, por vezes aos domingos e nas madrugadas, a integração é total, especialmente entre os conterrâneos.

- Tem aquela coisa de fazerem piadas com os gaúchos. Mas fazer piada é comigo mesmo! Já saio na frente contando piada de gaúcho, no primeiro, no segundo dia, e no terceiro, ninguém faz, porque eles já não me aguentam mais (risos). A melhor defesa é o ataque! - diverte-se Werner.


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