Como diz a música tema do Criança Esperança, todo mundo precisa de amigos do peito, daqueles que fazem diferença na vida da gente. Um bom amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito, dentro do coração, como ensina Milton Gonçalves, no hino Canção da América. Pois este sábado é o momento de homenagear estas pessoas tão especiais, que ganharam até uma data no calendário: o Dia do Amigo! Para comemorar, Retratos de Fama pediu para estrelas da música, da tevê e dos palcos revelarem quem é o amigo que foi decisivo na sua trajetória. Essas personalidades contam uma história que marcou a vida dos dois. Não se esqueça de, depois de emocionar-se com a gente, dar aquele abraço apertado no seu amigo neste sabadão!

Um grande salto na carreira!

O gaúcho Oswaldir, da dupla com Carlos Magrão, tem um amigo pra lá de especial e que deu um empurrão significativo na trajetória do músico: Sérgio Reis. Eles conheceram-se no fim dos anos 1960, quando Oswaldir integrava o grupo Os Invencíveis:

- Ele sempre dizia: "quem sabe, vocês (o conjunto) vão para São Paulo comigo?". Em uma ocasião, fui com ele ao Rio para levar uma canção do grupo a uma gravadora. Os Invencíveis acabou não indo adiante, mas a força do Sérgio foi fundamental para que eu seguisse a minha carreira - admite Oswaldir.

Vamos juntos, então?

Mais adiante, nos anos 1980, já na dupla com Magrão, a amizade "sincera e desinteresseira" permaneceu. Sérgio foi o primeiro sertanejo a apresentar-se na famosa casa de shows Olympia, em São Paulo, e convidou os parceiros para dividir o palco!

- Estávamos lançando o nosso primeiro CD. Foi um grande salto na carreira - diz Oswaldir.

A amizade seguiu tão firme e forte que, em 2011, o amigão entregou para a dupla, na Festa Nacional da Música, em Canela, o disco de platina pela vendagem de 300 mil cópias do CD Querência Amada.

- Tenho uma amizade antiga com Oswaldir, que vale ouro - retribuiu Serjão, que participa do mais recente DVD da dupla, Oswaldir & Carlos Magrão - ao Vivo.

Tudo certo quando está perto!

Ela está na estrada há 13 anos ao lado de 20 homens, e, entre eles, está aquele amigão que ela considera um verdadeiro pé de coelho. Tati Portella, da Chimarruts, e Sander Frois, guitarrista do grupo, cultivam uma amizade que vai além dos palcos, embora tenha começado profissionalmente.

- Quando eles procuravam uma vocalista feminina para a banda, já tinham ouvido mais de 20 candidatas e estavam desistindo. Eu liguei para ele e pedi para fazer o teste. Sander foi até a minha casa e, de cara, senti uma empatia muito grande - conta Tati, que não esquece o momento:

- Ele pediu que eu cantasse sem nenhum acompanhamento e, quando comecei, vi a expressão no rosto dele, os olhos fechados e o sorriso. Quando acabei, ele disse: "Acho que encontramos a nossa cantora"!

- Uma luz sempre a postos para ajudar e impulsionar

Outro momento marcou a loirinha:

- Sander compôs Versos Simples pra mim. Com a música, fiquei oito meses em primeiro lugar nas rádios! Só um amigão pra fazer isso. Ele só me traz coisas boas, me impulsiona, e tudo sempre dá certo com ele.

Inspiração na vida

- Gostaria de ser como ele, uma pessoa incansável, que está sempre produzindo. Lança livro e disco todo ano! Quero, inclusive, envelhecer como ele, que está com 70 anos e na ativa!

A declaração acima é de Jair Kobe, 53 anos, a alma do Guri de Uruguaiana, sobre o seu melhor amigo: o compositor, escritor, poeta e contista Sérgio Napp. Os dois são parceiros há muito tempo.

- Em 1981, a gente fez uma música junto, chamada Canto Livre. Eu musiquei a letra dele, e a gente ganhou o festival Vindima da Canção, em Flores da Cunha. A partir daí, começamos uma parceria que deu início ao conjunto Canto Livre, que permaneceu na década de 80 muito ativo, com vários discos - relembra Jair.

Muito mais do que um colega de trabalho

Tanto a parceria não se restringiu aos palcos, que Sérgio foi chamado para ser padrinho do casamento de Jair com a famosa Sílvia Helena, em 1986.

- Até hoje, somos amigos, e eu sou fã dele. A gente se encontra eventualmente, sempre com muito carinho. Sérgio foi o meu melhor parceiro, sempre me inspirou - rende-se Jair.

"Muito obrigada!"

Natural do Recife, em Pernambuco, Fabiana Karla faz sucesso como a Perséfone, a enfermeira virgem de Amor à Vida, mas nem tudo foram flores na trajetória da atriz. No início da carreira, ela teve de deixar a cidade natal para tentar a sorte no Rio de Janeiro, onde fica a sede da TV Globo. Nesta época, uma amiga fez toda a diferença na sua vida:

- Tenho vários amigos, me sinto afortunada por isso, mas gostaria de citar uma em especial, a Marleide Morais, que, realmente, demonstrou grande prova de amizade. Foi ela quem me acolheu na sua casa, no Rio de Janeiro, quando cheguei e estava tentando entrar para a tevê. A amizade e o acolhimento da Marleide foram fundamentais para que, hoje, eu esteja onde estou. Muito obrigada, amiga! - declara Fabiana, em depoimento ao Diário Gaúcho.

Padrinho e confidente

Amigos há mais de dez anos, Shana Müller pode dizer com propriedade que Luiz Carlos Borges é o seu precioso talismã. Não é à toa que o músico é considerado o padrinho musical da cantora e apresentadora do Galpão Crioulo, da RBS TV. Entre tantas histórias que permeiam esta bonita relação, Shana destaca o episódio que iluminou a sua trajetória:

- Borges me deu uma oportunidade inesquecível, coisa de amigão mesmo. Estávamos na Argentina (em 2007), e ele iria tocar no show da Mercedes Sosa. Em uma noite, ele disse que era pra eu me preparar que iríamos jantar com ela. Foi a primeira vez que eu a vi de perto. Sentei ao lado de Mercedes, e ele me fez cantar para ela!

Na vida pessoal e na profissional

Depois disso, quando Mercedes veio ao Brasil, convidou Shana para participar do show dela.

- Tudo consequência desse ato de amizade do Borges. Só alguém tão generoso, sabendo o significado daquilo para mim, seria capaz de me dar uma oportunidade assim. Nossa amizade é muito forte e verdadeira! Ele é o meu conselheiro tanto como artista quanto na vida pessoal - derrete-se a cantora.

Participaram desta reportagem Cristiane Bazilio, José Augusto Barros e Rosângela Monteiro.