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Mulher com "M" maiúsculo: a gaúcha que brilha no horário nobre

Júlia Lemmertz vive a personagem Helena na novela Em Família

08/03/2014 - 10h01min

Atualizada em: 08/03/2014 - 10h01min





Júlia Lemmertz posa com a carteirinha do Internacional
Foto: Reprodução, Instagram

Ela é a personagem do momento na telinha. Na pele da protagonista da novela Em Família, é o símbolo de um ciclo que se encerra na carreira do autor Manoel Carlos: das Helenas, que começou justamente com a mãe dela. Fora de cena, é esposa, mãe e até representante de clube de futebol!

Por tudo isso, no Dia Internacional da Mulher, comemorado neste sábado, Retratos da Fama escolheu a gaúcha Júlia Lemmertz para representar todas as mulheres que, como ela, dividem-se em diferentes papéis na vida real e dão o sangue pela carreira, pela família e pela felicidade. Saiba mais sobre a trajetória desta porto-alegrense de 50 anos que está com tudo em cima e vive o principal momento da sua carreira.

Carreira começou cedinho

Nascida no dia 18 de março de 1963, em Porto Alegre, filha dos atores Lineu Dias e Lílian Lemmertz, já falecidos, Julia cresceu vendo os pais atuarem e submersa no universo das artes. A sua primeira atuação no cinema foi aos cinco anos, ao lado da mãe, no filme As Amorosas (1968).

- Filho de ator sempre está com o pai e a mãe no teatro. Então, você fica vendo o processo, como ela se maquia, como é uma estreia...Quando comecei minha carreira de atriz, tinha a sensação de que tinha feito uma faculdade - lembra Júlia.

Dez anos depois, Júlia fez a sua estreia na tevê, despontando como uma das protagonistas da novela Os Adolescentes, da Bandeirantes, no papel de Bia, jovem que teve uma gravidez precoce.

Na TV Globo, foram dezenas de papéis, entre eles, nas novelas Eu Prometo (1983), na qual teve destaque ao lado de atrizes como Malu Mader e Dina Sfat, O Beijo do Vampiro (2002), como a terrível Vampira Marta, que roubou a cena como vilã, e em Fina Estampa (2011), na pele da estilista Esther. Ela queria engravidar, indo contra as ideias do marido, Paulo (Dan Stulbach).

Nenhum destes papéis, no entanto, teve a repercussão e a importância que a sua atual Helena representa em sua carreira.


Papel é um carinho para Lilian
Foto: Divulgação

Talento de mãe para filha

Júlia lembra-se da época em que sua mãe interpretou a primeira Helena de Manoel Carlos, na novela Baila Comigo (1981):

- Eu era adolescente quando minha mãe fez a Helena e me lembro do trabalho lindo, da felicidade que ela tinha de fazer, do quanto ela se divertia, do quanto ela se empenhava.

Júlia tinha 16 anos, morava em São Paulo, e a mãe, no Rio. Eventualmente, ia ficar com ela e via as gravações.

- Era um momento incrível e muito feliz.

A escolha de Maneco por Júlia foi uma homenagem a Lílian, o que emociona a filha.

- Ele quis fazer esse link, fechar um ciclo que começou com a minha mãe, e eu peguei o bastão para fazer esta homenagem. É como se ela estivesse comigo aqui, mas não é uma coisa que eu fico falando muito... É difícil de compartilhar, é difícil de dizer o quanto é profundo - diz Júlia.

A atriz considera a Helena da mãe um dos principais trabalhos da carreira dela, que foi curta.

- Minha mãe morreu muito jovem, com 48 anos - emociona-se a atriz.

A saga da última Helena

Júlia não nega que ser a Helena da vez de Manoel Carlos dá um certo arrepio. Afinal, ela dá vida à última heroína do autor.

- Não tenho medo, mas também não vou dizer que não rola um friozinho na barriga. Acho que viver uma Helena não é fazer uma protagonista qualquer. Mas se eu for pensar nisso, não levanto da cama, fico debaixo das cobertas (risos). Só penso em chafurdar neste texto, dar o melhor de mim - afirma.

Aos 50 anos, Júlia dá vida a uma mulher, pelo menos, dez anos mais jovem do que ela, mas não se intimida com as críticas ao desalinho das idades entre as personagens e seus parentescos. Na trama, ela éfi lha de Chica, vivida pela atriz Natália do Vale, 60 anos.

- Posso fazer uma mulher mais nova, estou na meia-idade, não sou uma senhorinha nem uma menina. Se tivesse no teatro, poderia fazer uma velhinha de cem anos que ninguém iria falar nada. Por que não pode ser assim na televisão? Isso é um assunto encerrado para mim - diz Júlia.

Na trama, Helena vive sob o temor de uma aproximação com Laerte (Gabriel Braga Nunes), amor de juventude que foi interrompido de forma abrupta. Mesmo tendo refeito a vida ao lado de Virgílio (Humberto Martins), com quem tem uma filha, Luiza (Bruna Marquezine), a heroína nunca esqueceu o primo.

- Helena continua apegada a um passado que não quer esquecer!

Com tudo em cima

Cinquentinha, Júlia pode bater no peito com orgulho ao falar da idade, que certamente não condiz com a aparência que exibe na telinha. Logo nas primeiras cenas da novela, apareceu correndo na orla carioca com uma calça justinha e blusa curta que deixava a barriguinha de fora, exaltando o corpo sequinho, ao lado da tia Juliana (Vanessa Gerbelli).

Segundo a atriz, a boa forma, além da genética privilegiada, é fruto da combinação de alimentação saudável com exercícios físicos. Vegetariana, ela adora saladas e evita pão e massa.

- Também sei que, depois de certa idade, a gente não pode mais comer a quantidade que comia quando era mais jovem. É só uma questão de bom senso - avalia.

Ioga, caratê e meditação também fazem parte da rotina de Julia há anos.

Na telona

Com mais de 20 filmes na bagagem, entre os mais populares, estão Lua de Cristal, no qual deu vida a vilã Lidinha, Gatão de Meia Idade, protagonizado pelo maridão, e Meu Nome Não É Johnny, como a mãe do protagonista vivido por Selton Mello.

Também foi bastante comentado o polêmico Um Copo de Cólera, que mostra ela e Alexandre nus e em cenas de sexo.

Duas décadas de muito amor

Há 20 anos, Júlia está com o ator Alexandre Borges - no ar em Além do Horizonte, como o Thomaz. Um dos casais mais estáveis e queridos do meio artístico, eles têm um filho: Miguel, 13 anos. A atriz tem outra menina: Luiza, 25 anos, da união com o executivo Álvaro Osório. O maridão não se cansa de elogiar o desempenho de Júlia como a Helena da vez:

- Ela está arrebentando. Acho bacana vê-la nesse personagem, que traz os conflitos da mulher contemporânea. Acaba que vira um programa nosso. A gente grava e assiste junto, com o Miguel - diz Alexandre.

A atriz define a relação duradoura como uma sintonia perfeita para todas as horas e, acima de tudo, um exercício de paciência.

- Nós somos cúmplices na alegria e na tristeza. Casamento dá trabalho. Tem que passar por todos os momentos, pelas dificuldades, tem que se dar ao trabalho de cultivar aquilo que você está investindo todos os dias. Investimento, que eu digo, no sentido mais profundo e pessoal - analisa.

Júlia e Alexandre conheceram-se nos testes para um filme, na década de 1990. Casaram-se após alguns anos de namoro, quando Miguel tinha quatro meses.

- Miguel entrou no colo da Luiza. Meu pai ainda era vivo e entrou na igreja comigo. Lembro que, quando as portas se abriram, olhei para todos os lados e não tinha uma pessoa que não estivesse chorando - lembra.

Torcedora colorada

A paixão pelo Internacional é declarada. Colorada de carteirinha - literalmente! -, recentemente, Júlia postou uma foto numa rede social na qual aparecia com o seu cartão de sócia-torcedora. "Contribuinte campeã do mundo! Bah! Te mete", escreveu ela na legenda da imagem.

A torcida pelo time gaúcho rendeu a ela o título de consulesa cultural do clube. Será de Júlia a voz que vai narrar toda a história do Inter durante o evento oficial de inauguração do novo Beira-Rio, no dia 5 de abril. A atriz já gravou alguns textos e, em um deles, narra o chamado Gol Iluminado, marcado por Figueroa na final do Brasileirão de 1975.

A expectativa do clube é de que ela compareça à grande festa. Segundo a assessoria da atriz, ela pretende vir a Porto Alegre na data, mas dependerá da agenda de gravações da novela.


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