Quem vê hoje em dia o verdadeiro espetáculo que a Copa do Mundo se tornou muitas vezes não imagina como era no começo. Certamente, os idealizadores de uma competição entre países jamais imaginaram no que se transformaria o torneio.

O futebol já se espraiava pelo mundo quando, em 1904, dirigentes esportivos de Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Suécia e Suíça criaram a Fifa. Um dos
primeiros objetivos era criar uma competição de seleções nacionais. No ano seguinte, foi aberta a primeira inscrição para uma Copa do Mundo. Sem interessados, porém, o sonho foi adiado por vários anos. Depois de Primeira Guerra (1914-1918), o francês Jules Rimet assumiu a Fifa e passou a trabalhar na ideia de um Mundial.

Dez anos após o fim do conflito, ao saber que a ideia da competição estava para sair do papel, o embaixador uruguaio Enrique Buero procurou a Fifa e ofereceu seu país para ser sede da Copa. Apresentou um bom motivo: o Uruguai era o atual bicampeão
olímpico de futebol. O martelo foi batido em maio de 1929, pouco mais de um ano antes do ponta-pé inicial da competição - em 13 de julho de 1930, na partida França x México.

Taças
Nas suas 19 edições, a Copa do Mundo teve duas taças. O primeiro troféu que passaria a ser o sonho das seleções e torcedores ao redor do mundo foi criado pelo francês Abel Lafleur. Com 30cm de altura e 4kg, foi batizado de Vitória das Asas de Ouro. A escultura levou sete meses para ficar pronta. Depois de alguns anos, passou a se chamar Jules Rimet, em homenagem ao presidente da Fifa e idealizador da Copa. O
país que conquistasse três Mundiais ficaria de posse da Jules Rimet em definitivo. O
que aconteceu em 1970, com o Brasil. Assim, uma nova taça passaria a ser disputada a partir de 1974. Dessa vez, a Copa do Mundo Fifa, nome do troféu criado pelo italiano Silvio Gazzaniga, passaria a ser itinerante.

Furtos
A Jules Rimet foi furtada duas vezes. A primeira em 20 de março de 1966, em Londres. O escândalo da época ficou por conta da Scotland Yard, considerada uma das melhores polícias do mundo, que não resolveu o crime. A taça foi achada sete dias depois por um cachorro.

Já de posse definitiva do Brasil, o troféu foi novamente furtado, dessa vez, para sempre, em 20 de dezembro de 1983. A taça foi levada da sede da CBF, no Rio. Alguns dias depois veio a notícia de que a Jules Rimet havia sido derretida e seu ouro, vendido.

Negócios
Se desde 1954, na Suíça, a Fifa e os organizadores de cada Copa já contavam com patrocinadores, a partir de 1966, na Inglaterra, eles fariam de tudo para tornar a competição um grande e rentável negócio. Não só para a entidade e os organizadores como para seleções e jogadores. Foi na Copa da terra da Rainha Elizabeth que surgiu o primeiro mascote, o simpático leão Willie, vendido como souvenir. Na edição seguinte, no México, com as transmissões de tevê ganhando espaço, mascotes, bolas,chuteiras, agasalhos, camisas, tudo passou a virar objeto de desejo dos torcedores ao redor do mundo. Além disso, os patrocinadores agora não procuravam apenas o país sede ou a Fifa.

As seleções e, principalmente, os jogadores passaram a ser garotos propaganda de
marcas mundiais.