Para ver Messi de perto
Jovem gandula sonha em participar da Copa do Mundo no Brasil
Goleira de futsal, Alice Almeida, de 13 anos, participa das seletivas para trabalhar na competição
Chegar perto de Lionel Messi. É com isso que sonha Alice Keroli de Oliveira Almeida, 13 anos. Mas ela sabe que se realmente acontecer, será rápido. Apenas entregará a bola nas mãos do craque do Barcelona e da seleção argentina.
Mas quem se importa quando se está frente a frente com o seu maior ídolo?
A estudante da oitava série e goleira do time GuSch, da Escola Gustavo Schreiber, em São Leopoldo, é uma entre os 67 atletas que, neste final de semana, farão treinamentos de gandulas para a Copa do Mundo na sede da Vonpar e no CT Parque Gigante, do Inter. A seleção acontece com os vencedores das edições nacional e regionais da Copa Coca-Cola 2013.
No Brasil, serão cerca de 700 jovens. As definições dos selecionados e quantos serão, porém, ainda não tem data para acontecer.
Assim, Alice ainda não tem certeza se estará entre os que vão auxiliar na reposição de bola. Mas sabe que, no que depender de sua força de vontade, já é um obstáculo superado.
"Quero jogar na seleção"
Aprendeu com a mãe Neomi Barbosa de Oliveira, que criou os quatro filhos sozinha e hoje trabalha em uma metalúrgica, a driblar as adversidades. Agora, tomou para si a responsabilidade de defender o seu futuro. Não joga mais na linha, vestiu as luvas e a camisa 1. E decidiu:
- Quero chegar à seleção brasileira - sentencia a moradora do Bairro Progresso, também na cidade do Vale do Sinos.
Banho de bola nos irmãos
Ela entrou em quadra pela primeira vez depois de acompanhar a irmã mais velha, Thaiane, hoje com 16 anos, aos treinos no Gustavo Schreiber. Renato Luiz Moreira, o Pena, de cara, viu seu potencial. Não é para menos, já que ela sempre deu um banho de bola nos outros dois irmãos Denis, hoje com 19 anos, e Gabriel, de oito.
Há quatro anos, Alice integra o time de futsal feminino da escola particular. Recebe uma bolsa de estudos e atende a uma rígida exigência de horários e notas. Não tão complicado quanto segurar a ansiedade pelo resultado da seleção para gandula.
- Eu não tenho condições financeiras de estar na Copa. É uma oportunidade imperdível - acredita.
Preconceito também é adversário
Com o título de campeãs estaduais no currículo e vice da Copa Coca-Cola no ano passado, as meninas treinadas por Pena têm chance de levantar mais uma taça em 2014. O time está nas quartas de final do Estadual.
Mas o mais difícil não é garantir o placar favorável. É o que garante o técnico.
- As meninas sofrem muito preconceito. E se elas se abraçam de uma maneira diferente, dizem que elas têm um caso ou coisas desse tipo - explica Pena, garantindo que as gurias dão um banho de bola nos guris quando o assunto é disciplina.
Aline dá pouca importância para o que falam. Procura sempre manter o foco. A inspiração para fechar o gol tem nome e sobrenome. E andou fazendo bonito na Libertadores nesta semana. Adivinhou? Ela revela:
- Marcelo Grohe, né? Sou fissurada pelo Grêmio - revela Alice, garantindo que madrugou para ver o empate heroico do seu Tricolor diante do Newell's Old Boys, na Argentina.