O Povo da Copa
Costurando o Brasil: costureiras confeccionam bandeiras e camisetas para a Copa
Time de costureiras trabalha mais de 8 horas por dia, em Alvorada, para dar conta das encomendas
Dependerá da Seleção o sucesso do time formado por Lorena Colombo, 50 anos, de Alvorada. E, apesar de ser ex-atacante de uma equipe feminina de futebol da cidade, Lorena pretende marcar com as mãos muitos gols nesta Copa do Mundo.
Para isso, conta com a ajuda da irmã Marli, 54, e das amigas Neli Vieira, 53, e Rosemary Fernandes, 56. Hábeis na costura, as quatro têm se desdobrado na produção de bandeiras, bandeirolas e camisetas nas cores do Brasil, desde o início do Mundial. É na pequena confecção instalada nos fundos da casa de Lorena que elas trabalham mais de oito horas diárias para dar conta das encomendas.
-Uma semana antes do início da competição não encontrávamos tecidos nas cores verde e amarela nas lojas. Até achávamos que este ano não teríamos pedidos - comenta Lorena.
No ritmo da Seleção
Para alegria da empreendedora e das companheiras costureiras, as encomendas começaram a chegar. Para dar conta, percorreu lojas de tecidos em pelo menos cinco cidades da região metropolitana. Lorena só encontrou o que precisava numa loja da Zona Norte da Capital.
Diariamente, são produzidas cerca de 100 camisetas e 500 bandeiras. Também saem lenços e até roupinhas temáticas para cachorros e gatos.
-Começamos às 8h e vamos até 18h. Mas se a Seleção seguir na Copa e os pedidos aumentarem, não teremos horas para acabar.
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"Vem em primeiro lugar"
As quatro costureiras esclarecem que não torcem para o time de Felipão apenas para conseguirem mais vendas. Pelo contrário, admitem a paixão pelo esporte - vinda da adolescência. Lorena, por exemplo, percorreu o Estado jogando futebol amador. Parou aos 21 anos, quando feriu o joelho. Para não ficarem distantes da Copa do Mundo, colocaram uma televisão de 14 polegadas em meio ao maquinário. O clima ficou ainda mais verde e amarelo depois da instalação de bandeiras - costuradas pelas próprias artistas das linhas - na sala onde trabalham. Vaidosas, não dispensam um lenço no pescoço nas mesmas cores.
-Só não trabalhamos nos dias dos jogos do Brasil. A Seleção vem em primeiro lugar - afirma Lorena.