O Povo da Copa
Freis capuchinhos torceram, mas nem com reza o Brasil venceu
Na Paróquia São Judas Tadeu, na Vila João Pessoa, ao religiosos acompanharam todos os lances da Família Scolari
As súplicas dos oito freis capuchinhos que se reuniram ontem na paróquia São Judas Tadeu, na Vila João Pessoa, em Porto Alegre, não conseguiram tirar a Seleção do empate com os mexicanos. O encontro dos padres apaixonados por futebol começou animado e pretendia celebrar a confirmação do time de Felipão na próxima fase, mas acabou em figas, unhas roídas e lamentações pelos gols perdidos.
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-Esta partida teve sabor de derrota - desabafou Frei Roberson Chiarentin, 28 anos, da Casa Fonte Colombo, ao final do jogo.
-Que é isso! O empate foi um consolo na situação que ocorreu - resumiu o experiente frei Aquiles Chiapin, 81 anos, capelão do Hospital de Cardiologia.
Festa de São João
Recebidos pelos freis Irineu Costella, 64 anos, e Juan Miguel Gutierres, 31 anos, os demais padres chegaram entusiasmados para torcer pela Família Scolari. Era a casa de São Judas Tadeu, mas a homenagem foi para São João, com muito pinhão, pipoca, amendoim e quentão. Usando uma touca nas cores do Brasil, frei Juan, natural da República Dominicana, demonstrava amor pela terra onde vive há três anos.
-Não temos futebol no meu país, mas adoro o esporte. Por isso, torço muito pelo Brasil. A Copa do Mundo é um momento único e emocionante, onde todas as culturas são mostradas - justificou, afirmando que aqui escolheu o Grêmio.
"Continuamos confiantes"
Depois dos primeiros gols perdidos, a fé dos capuchinhos numa vitória permanecia intacta durante o intervalo. Tanto que houve tempo para bater uma bolinha no pátio da paróquia. Mas bastou começar o segundo tempo para o clima de tensão tomar conta da sala onde eles estavam reunidos.
Perto dos 35 minutos, com as mãos em prece e falando com o castelhano ainda mais forte, frei Juan pediu em voz alta pelo santo da paróquia:
-São Judas, por favor, nos ajuda!
Não adiantaram também a torcida do frei Flávio Amorim, 37 anos, as figas do frei Adani Guerra, 25 anos, de Canoas, e os suspiros do frei Gabriel Cavalli, 29 anos, a cada gol perdido pelos brasileiros. Nem a tentativa de frei Luiz Carlos Susin, 64 anos, de acalmar o grupo. O Brasil saiu de campo no 0 a 0 e deixou a decisão da vaga para o jogo contra Camarões.
-Fica tudo para a última partida, mas continuamos confiantes - garantiu frei Susin.