Copa 2014 - Liga dos Fanáticos



Copa do Mundo 2014

Gurizada do Cruzeirinho de Alvorada comemora participação como gandulas na Copa em Porto Alegre

Eles fazem parte de um grupo de 445 jovens selecionados para atuar nos 64 jogos do Mundial, a partir de uma seleção feita durante a Copa Coca-Cola 2013

06/06/2014 - 09h01min

Atualizada em: 06/06/2014 - 09h01min


Repor a bola para o astro português Cristiano Ronaldo ou quem sabe para o craque Özil, da Alemanha durante o jogo das oitavas de final da Copa do Mundo, no estádio Beira-Rio, no dia 30 de junho, às 17h. A oportunidade de trabalhar como gandula brilhou para sete meninos, com idade entre 13 e 16 anos, do projeto social do Cruzeirinho, em Alvorada.

Eles fazem parte de um grupo de 445 jovens selecionados para atuar nos 64 jogos do Mundial, a partir de uma seleção feita durante a Copa Coca-Cola 2013. A poucos dias do pontapé inicial, tentam controlar os sentimentos. Enquanto alguns não escondem o nervosismo e a ansiedade pela oportunidade ímpar, outros demonstram maturidade de gente grande.

Participação que vai ficar na memória

O encarregado de dar tranquilidade aos meninos, moradores da periferia e de famílias humildes, que sonham jogar uma Copa, é o faz-tudo Elenilton da Silva Rosa, 43 anos. Presidente, diretor e treinador, Elenilton mantém o Cruzeiro tirando dinheiro do próprio bolso desde 2008. Chegou a atender 110 meninos, mas a falta de grana restringiu aos 60 atuais.

No domingo, no Estádio Beira-Rio tem o ensaio final com os gandulas da Copa. Antes disso, os guris passaram por dois dias de treinamento com aulas teóricas na sede da empresa engarrafadora dos refrigerantes e práticas no CT Parque Gigante. Devidamente treinados e orientados, Elenilton diz que a participação dos meninos representa um fato histórico para vida deles, afinal será uma chance única.

Não pode comemorar gol, tem que ser neutro

Um dos escalados é Cristiano Lopes Pereira, 13 anos, atacante e que joga há um ano no Cruzeiro. Com as lições do comportamento do gandula na ponta da língua, o garoto avisa que a orientação é repor a bola jogando em direção ao jogador, não dando na mão. Nervoso por ficar próximo de jogadores famosos, admite que a ficha ainda não caiu. Com o sonho de entregar a bola para Cristiano Ronaldo, avisa que tem treinado em casa para fazer bonito.

Outro convocado é o também atacante Gabriel Freitas, 14 anos, há três no Cruzeiro. Sem jamais ter pensado em trabalhar num jogo de Copa do Mundo, quase não acreditou quando foi avisado por Elenilton. O Mundial para o guri de família humilde no bairro Intersul era um sonho distante.

- Estou ansioso, mas muito feliz porque terei a chance de conhecer pessoas novas - resume o garoto, fã de Neymar e com o sonho de seguir os mesmos passos do atacante do Brasil.

Do grupo de sete selecionados, o goleiro Jonas da Rocha da Silva, 15 anos, acredita que é um privilegiado pela chance recebida, por pertencer a uma família humilde do Bairro Campos Verdes. Sem perder a tranquilidade, observa que recebeu alguns conselhos dos pais, como tratar todas as pessoas bem e com educação. Dos organizadores, ficou sabendo que a torcida para o Brasil terá que guardar para si, porque é necessário manter a neutralidade.


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