Copa 2014 - Liga dos Fanáticos



O Povo na Copa

Torcedor do Brasil pinta a casa de verde e amarelo no Bairro Lageado, na Capital

Seu Edi coloriu a casa nas com cara de Brasil porque faltou tinta verde. Tascou amarelo para comemorar a Copa

10/06/2014 - 09h01min

Atualizada em: 10/06/2014 - 09h01min


Mateus Bruxel
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Árbitro aposentado, ele até arrisca alguns palpites sobre a Seleção

Parece mais uma das piadas do gráfico aposentado, e bem-humorado, Edisdeneu Carvalho da Silva, 63 anos, do Bairro Lageado, em Porto Alegre, mas foi a falta de um balde de tinta verde que o levou a homenagear a Seleção Brasileira. Há três meses, o sítio da família ganhou as duas cores que mais lembram o Brasil. 

Veja mais fotos do seu Edisdeneu

- Eu tinha pouca tinta na cor que a minha mulher havia pedido para colorir a casa. Na hora, lembrei que faltava pouco tempo para a Copa do Mundo. Meus filhos me chamaram de louco. Mas gostaram quando viram que pintei direitinho: metade da casa verde e a outra metade, amarela - comenta, às gargalhadas.

Seu Edi tem orgulho das cores da bandeira

Torcedor convicto da Seleção, Edi, como é conhecido, acabou se entusiasmando com a ideia: pendurou bandeira e instalou uma bola de couro na entrada da morada, vestiu as cores e, até, retirou do fundo de uma caixa a vuvuzela usada na Copa de 2010. Tradicionalista de bombacha e bota de couro, fez questão de também estender a bandeira do Estado e o símbolo do Internacional. 

- Valorizo o lugar onde nasci e sou colorado, por isso a bandeira do Rio Grande e a do meu time estão sempre juntas - justifica.

Árbitro por duas décadas

E se agora Edi, que é gaiteiro nas horas vagas, fala abertamente sobre a preferência clubística, durante 20 anos ele precisou escondê-la. Foi o período que atuou como árbitro e auxiliar de arbitragem pelos campos gaúchos. O grande bigode, marca registrada de Edi desde jovem, disfarçava o bom humor característico e ajudava a manter distantes os jogadores mais exaltados.

- Quantas vezes me doeu levantar a bandeira para anular um gol do Inter - recorda.

Mas não foi um Gre-Nal o jogo mais marcante da vida de Edi. O que não lhe sai da memória foi o clássico Brasil x Pelotas (Bra-Pel), em 1992, quando um rojão jogado pela torcida o atingiu na coxa esquerda.

- Prometi que abandonaria o futebol. Mas este esporte é pior que cachaça. Um mês depois eu já estava apitando novamente - conta.

Relho em caso de derrota

Aposentado da arbitragem desde 2000, Edi manteve a paixão pelo futebol apenas pela televisão. Inclusive, para torcer pela Seleção, planeja ainda nesta semana comprar uma com tela maior.

- Mas as polegadas terão que ser do tamanho do meu bolso - ressalta, entre risos.

Confiante num bom desempenho da Família Scolari, o torcedor verde e amarelo acredita que a união do time, a liderança do técnico e a estadia na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), são os ingredientes necessários para a conquista do hexa.

- O jeitão de paizão do Felipão é fundamental para este time. Ficar naquele paraíso também deve ajudar. Agora, se eles perderem, tem que passar o relho na gurizada. Até já fiz um para dar de presente para eles - finaliza, mostrando uma cara feia "de brincadeirinha".


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