Ainda longe de ser o badalado craque da Copa de 2014, James Rodríguez enfrentou o Inter duas vezes, pela Libertadores, quando atuava pelo Banfield-Arg. Ainda com cara de menino, aos 18 anos, o meia de 1,80m fez gol no time de Jorge Fossati na Argentina. Mas no Beira-Rio, em jogo no qual foi expulso no final, acabou eliminado da competição. Bolívar, zagueiro do Inter na época, lembra bem da partida e da participação de James. 
Hoje, aos 22 anos, James é destaque da melhor Colômbia em Copas. No Monaco, a história se repete. Coincidentemente, Bolívar é ex-jogador do clube francês e costuma acompanhar os jogos. E o zagueiro garante: o futebol do camisa 10 da seleção que enfrentará o Brasil hoje por lá tem sido o mesmo.
Do Rio, o capitão do Botafogo falou com a reportagem por telefone.

Diário Gaúcho - Como foi enfrentar James Rodríguez em 2010?
Bolívar - Um jogo bem complicado. E ele foi o nome do primeiro gol. Na verdade, ele não é de tanta velocidade. Tem controle de bola, bom posicionamento. Mesmo sendo meio-campo, que arma a equipe, é goleador. Naquela vez, a bola sobrou para ele. James é o famoso camisa 10, que dita o ritmo de jogo.

DG - Você precisou parar o meia naquela ocasião. E o Brasil terá de fazer o mesmo. Como?
Bolívar - A gente fica até preocupado, porque sabe que o principal marcador, o Luiz Gustavo, não vai jogar. Mas James é um jogador que não se pode deixar pensar muito. Porque, com o mínimo espaço para criar, ele coloca o companheiro na cara do gol. É preciso uma marcação próxima e, claro, ter cobertura.

DG - James tomou a responsabilidade que era de Falcao García. Essa liderança não pode o atrapalhar em campo?
Bolívar - Eu acompanho muito o Monaco, tenho um carinho especial por este time. E ele já vinha chamando a atenção. No Campeonato Francês, fez a diferença ao lado de Falcao, que acabou se machucando. Ele herdou uma responsabilidade prematura, mas natural. Mas já pensou se a Colômbia viesse com Falcao Garcia, para ser colocado de frente para o gol por James?