A história de Alex Telles no Grêmio começou em um jogo decisivo. Precisando reverter uma derrota por 1 a 0 para a LDU, o Grêmio decidiria sua permanência na Libertadores no primeiro jogo oficial da Arena, no dia 30 de janeiro.

Sem contar com Fábio Aurélio, lesionado, Vanderlei Luxemburgo resolveu apostar no lateral-esquerdo de 20 anos contratado junto ao Juventude. Além de receber a primeira oportunidade em um momento decisivo, Alex pediu para ser um dos cobradores das penalidades, após a vitória no tempo normal com o gol de Elano, que colocaram o Tricolor na fase de grupos. E a receita para tanta confiança veio de um presente deixado pela avó Diva.

- Não tenho muita superstição. Eu gosto de ficar com o crucifixo da minha vó. Ela sempre rezou por mim. É uma forma de proteção. Isso me ajuda. Eu perco o medo e vou jogar - afirmou. 

"Temos que nos sacrificar"

Quase seis meses depois, o momento é outro. A aposta virou afirmação. Titular da posição, Alex quer manter o trabalho nos treinos para retribuir a confiança que recebe do técnico.

- O Renato falou que na frente precisamos ser criativos, mas mantendo o compromisso de marcar. Temos que nos sacrificar um pouco para ajudar o time e sempre pensar coletivamente - explicou.

"O Renato tem dado confiança"

Ao lado de Bressan, uma amizade de 12 anos e que vem desde as categorias de base do Ju, o lado esquerdo da defesa gremista é alvo da cobiça de clubes estrangeiros. Além da convivência com o zagueiro, a amizade com Ramiro e o goleiro Follmann, com quem divide um apartamento, também nasceu nas categorias de base do time caxiense.

Fã do lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid e da Seleção, Alex Telles procura se aconselhar com Zé Roberto, Elano, Cris e Werley para melhorar seu desempenho:

- A receita é treinar e trabalhar. Eu me cobro bastante e não desisto. O Renato tem me dado confiança. Quero continuar trabalhando com humildade para conquistar o meu espaço no Grêmio.

Saudades da família

Desde que se consolidou como titular, não tem sobrado muito tempo para ir a Caxias do Sul visitar o pai José Telles, 54 anos, a mãe Claudete Telles, 52, e a irmã Hellen Telles, 23. Pelo menos o frio dos últimos dias de Porto Alegre ajuda a matar a saudade de casa.

- Lá é pior, mas lembra um pouco - brinca.