A receita de Barcos para a boa atuação no Gre-Nal teve como principal ingrediente a confiança. Depois de ouvir a análise crítica do presidente Fábio Koff e de Renato Portaluppi, o Pirata correspondeu como se esperava havia algum tempo.

Entrou para a história como autor do primeiro gol em Gre-Nal na Arena. Adaptado ao estilo do novo chefe, o centroavante espera embalar de vez no Grêmio para voltar à seleção argentina. Ontem, por telefone, ele concedeu entrevista ao DG. Confira trechos:

DG - Você acredita que receberá novas oportunidades na seleção argentina?
Barcos - Se demonstrar um bom desempenho com a camisa do Grêmio, com certeza posso ser receber uma nova chance, mas ainda preciso melhorar.

DG - Depois da boa atuação no Gre-Nal, seu rendimento pode crescer?
Barcos - Acho que foi momento bom para voltar a fazer gols e melhorar. Fazer gol em jogo tão importante como o Gre-Nal é histórico, como o primeiro gol da Arena em clássico. Espero melhorar e continuar a jogar como fiz domingo. É o que eu e todos os torcedores querem.

DG - Acha que ter feito o primeiro gol de um Gre-Nal na Arena o coloca na história do Grêmio?
Barcos - Sempre é importante marcar em Gre-Nal. Isso dá confiança, e o torcedor também gosta do jogador que faz gols em clássicos.

DG - Você já se sente confortável com a nova comissão técnica?
Barcos - Mudou um pouco a forma de trabalho, mas sempre estamos dispostos a treinar um pouco mais. Estamos inteiros, jogando uma partida a cada três dias e suportando os 90 minutos com força. Isso é muito importante.

DG - Como é a sua relação com o Renato?
Barcos - É muito boa. Trata-se de um técnico muito bom, que escuta, brinca nas conversas, um sujeito muito legal. Ele corrige tudo. O Renato busca fazer as correções. E nos cobra mesmo, o que é muito importante para o jogador.

DG - Você tem boa relação com os gringos do Inter?
Barcos - Nunca nos encontramos aqui, mas temos boa relação. Somos compatriotas. São boas pessoas, temos uma relação positiva. Não importa o time que joguem, são pessoas como nós.

DG - O Grêmio cresce no Brasileirão com a boa atuação do Gre-Nal?
Barcos - Espero que sim. Trabalhamos para isso. O momento é curto para conversar, mas temos que fazer o torcedor voltar a acreditar no Grêmio. E que nós também acreditemos em nosso potencial e mostremos isso em campo.

DG - Você precisa se sentir confiante para render bem?
Barcos - Com certeza, a confiança é o mais importante para o jogador. O nosso grupo é muito bom, com um técnico e um presidente que dão confiança. Isso é muito importante. Quando se está em um momento que não é tão bom, é fundamental contar com o apoio do grupo

DG - O que te fez perder a confiança?
Barcos - Não é fácil saber o motivo. São muitos fatores. Por isso, não me viam por aí rindo. Não tem um ponto assim que se diz: "É por isso que eu perdi (a confiança)". São muitas coisas negativas que não dão certo.

DG - O que fez você se sentir confiante para o Gre-Nal?
Barcos - O presidente e o treinador falaram durante a semana que eu não estavam bem, e eu me dei conta que eles estavam certos, que eu não estava mesmo em bom momento. O torcedor também começou a cobrar. Me pus a pensar no que estava acontecendo e fiz a autocrítica. Me dei conta de que o equivocado era eu. Tratei de mudar e ontem (domingo) deu certo.

DG - Quais as diferenças de fazer parceria com Kleber ou Vargas?
Barcos - São dois jogadores muito diferentes. O Vargas é um jogador de velocidade e dá muita saída para o time. O Kleber é um atacante que ajuda a segurar os zagueiros. São muito bons jogadores, ajudam muito.

DG - Mesmo sem se envolver em lance polêmico com a arbitragem, como avalia a atuação do árbitro no Gre-Nal?
Barcos - É complicado falar de arbitragem, todo mundo comete erros. Não sou ninguém para falar ou julgar um árbitro.

DG - A sete pontos do líder do Brasileirão, o Grêmio pode ser candidatos ao título?
Barcos - Acho que quando o Grêmio embalar, será um candidato pela grandeza que tem. Agora, estamos em momento de crescimento. Quando nos acertarmos, seremos grandes candidatos.

DG - A Arena cria clima de pressão para os adversários?
Barcos - Agora que temos a Geral atrás do gol, a Arena tornou-se muito forte para nós. Temos que voltar a jogar como o torcedor quer, demonstrar que é a nossa casa e nos fazermos ser respeitados. O adversário que entrar na Arena tem que sentir que o dono da casa somos nós.