Coube ao ponta-esquerda do Inter no Gre-Nal do Século a descoberta de Dudu. Edu Lima lutou para que o baixinho tivesse uma chance de ser aceito nas peneiras do Cruzeiro. Aos 11 anos, vindo de Goiânia, Dudu fez testes ao lado do lateral-esquerdo Dodô (hoje no Roma-Ita) e do meia Bernardo (Vasco). Na época, Dodô ainda era meia, mas foi recuado para a lateral para para acomodar o baixinho. Com isso, Edu Lima foi o técnico na base de Dudu até os 16 anos.

- O Dudu fez o teste, mas era muito pequeno. Havia dirigentes sem muita paciência. Não tive receio em aprová-lo pela bola. Como treinador, só pensava:" pô, esse menino é muito bom. Não posso deixar passar" - contou o ex-ponta, hoje comentarista de rádio e tevê em Salvador.

Superadas as desconfianças iniciais, Edu Lima acredita que o sucesso de Dudu no Cruzeiro veio pela dedicação do pupilo. O técnico cobrava que usasse a velocidade para superar os marcadores:

- Ele fez trabalho diferenciado para crescer. É muito técnico e rápido. Não é um jogador que cai o tempo todo. Conquistou o seu espaço e foi para a seleção.

Assim como costuma acontecer no futebol, o sucesso aparece cedo para a gurizada. Para evitar o deslumbramento de Dudu, Edu Lima adotava o carinho e contava histórias de ex-companheiros que fracassaram por falta de profissionalismo.

- Tem jogador que é técnico e acha que vai resolver na hora. O Dudu precisava ser tratado diferente. Como todo homem, ele ouvia elogios e se iludia. Contava as histórias dos outros jogadores que achavam que estavam no céu e caíram - conta.

Sem muito sucesso na Ucrânia, o ex-ponta acredita que a temporada no Grêmio ajudará o meia-atacante a engrenar outra vez na carreira. Principalmente, pelo fato de trabalhar outra vez com Enderson Moreira e Luis Fernando Rosa Flores, seu auxiliar e companheiro no Inter no final dos 80.

- Eles serão os caras que darão mais força para o Dudu, que treina muito e gosta de trabalhar.