Se tem algo que me incomoda no futebol atual, é o corte de cabelo. Lembro de um dia já ter dito ou falado sobre isso em algum lugar. Mas importante retomar porque, agora, a Copa do Mundo vem aí e estampa em cada cabeça uma forma homogênea de usar o cabelo.

Lá vem cada jogador com raspagem nas laterais e um topete avantajado. Parece uma ditadura do cabelo masculino. A personalidade fica esquecida em um tempo, na casa ou dentro de cada um. Não gosto do saudosismo. Nem é essa minha intenção. Mas me pergunto onde estão as várias formas e estilos de cabelo dos anos 70 e 80, quando os homens finalmente conquistaram a liberdade de usar como bem entendiam seu cabelo?

David Luiz

Duas décadas de afirmação das diferenças! Hoje, quando se diz que o mundo evoluiu e se fez menos discriminatório, assistimos a um bando de gente vestindo e sendo todos cada vez mais estereotipados, numa única forma de beleza e referência. Que admiração recebe de mim nosso zagueiro David Luiz!

Que personalidade naquela cachopa esvoaçante a cada movimento. Que saudade do sutil topete de Pelé, da cabeleira de Mario Kempes e Maradona, da tiara do Caniggia, do charme de Ruud Gullit. O semicabelo de Platini e do polonês Lato.

Que saudade de pessoas que fazem de seu cabelo algo que não saía do cabeleireiro com número de série.