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Pequeno Dudu vira "gigante" no Grêmio

Atacante que aproveitar boa fase para ser comprado em definitivo

10/05/2014 - 11h12min

Atualizada em: 10/05/2014 - 11h12min


Léo Cardoso / Agencia RBS
Com a camisa do Grêmio, Dudu marcou cinco gols em 19 jogos

Do alto de seus 1,66m, Dudu se tornou um gigante no Grêmio. Contratado para ser o jogador de velocidade, a válvula de escape do time, o atacante fez mais. Acrescentou gols ao cardápio e ganhou status de titular inquestionável. Neste domingo, enquanto se discute a saída de Luan da equipe, é com ele que a torcida conta para sair do atoleiro no qual o time de Enderson Moreira se meteu.

O impacto da Libertadores foi forte. Tanto que Dudu deixou a Arena chorando após o jogo contra o San Lorenzo.

- Na minha vida, quero sempre vencer. Sabíamos que poderíamos ter dado um pouco mais para ficarmos com a vitória. Estávamos confiantes que avançaríamos - recorda.

Com apenas 22 anos, o goiano revelado pelo Cruzeiro já viveu alguns extremos no futebol. Ele é da geração de Neymar, Lucas, Oscar e Philippe Coutinho. Com os dois últimos ganhou o Mundial Sub-20 de 2011. Os quatro amigos brilham nos gramados da Europa. Dudu também foi para o outro lado do Atlântico. Mas sobrou para ele o frio ucraniano no Dínamo de Kiev. Penou por lá nos últimos dois anos. Até que, em janeiro, nas férias em Goiânia, seu celular tocou. Era Luis Fernando Rosa Flores, auxiliar de Enderson. Avisava do interesse do Grêmio.

- Perguntou se estava disposto. Disse que estava pronto para jogar, mesmo sabendo que algumas pessoas falariam mal. Aí logo em seguida o Enderson me ligou também. Dois dias, depois o Rui Costa entrou em contato e disse para ficar tranquilo que fariam tudo para me contratar - conta Dudu, enquanto se acomoda ao lado da piscina do seu condomínio, no bairro Três Figueiras.

A promessa foi cumprida pelo Grêmio. Na apresentação, ganhou a camisa 7, número eternizado por Renato Portaluppi, maior ídolo da história do clube. Depois de padecer nos gramados congelados da Ucrânia, os calor de 40ºC do Gauchão pareciam amenos.

A primeira oportunidade entre os titulares surgiu com a lesão de Zé Roberto, na véspera da partida contra o Newell's Old Boys na Argentina. Atacante de formação, Dudu teve a chance de atuar mais recuado. Mas sua preferência é pela extrema esquerda. Para dar conta do recado, copia tudo que faz um francês eleito um dos três melhores jogadores do mundo:

- Gosto muito do Ribery, acho que pareço um pouco com ele, mas não na aparência. Ele é bem feio (risos). Mas, no futebol, tento fazer o que ele faz. Ele marca muito e ataca bem no Bayern.

O Xaropinho

Dudu foi criado pela avó Maria Floripa. Além de perder o pai muito cedo, a mãe Valéria Pereira se desdobrava no trabalho. Para os amigos da rua, ele era o "Xaropinho". Ganhou o apelido por nunca querer ceder o lugar nos campos da Vila Maria Dilce, em Goiânia. Além do nome da mãe adotiva, Dudu também marcou no corpo os nomes dos filhos Cauê, três anos, e Pedro Henrique, um. O atacante desembarcou em Porto Alegre com a família inteira. Mas pouco conseguiu conhecer da cidade com a mulher, Malu Ohana, 23. Culpa dos três meses de calendário apertado por jogos e viagens. Da Capital, diz conhecer só os shoppings.

"Quero ficar"

Em pouco mais de três meses, Dudu deixou de ser um jogador desconhecido dos gremistas. Hoje, é o vice-artilheiro do Grêmio, marcou cinco gols em 19 jogos. Só está atrás de Barcos, dono de 15 gols. Liberado por empréstimo pelo Dínamo de Kiev até dezembro, já deixou claro aos ucranianos que pretende ficar em Porto Alegre. O clube já sinaliza dificuldades para pagar os 6 milhões de euros (R$ 18,3 milhões) estipulados no contrato. Mas ele acredita que com gols e boas atuações conseguirá convencer o Grêmio a levantar esse dinheiro.

- Acho que ainda é cedo, preciso mostrar mais para que queiram me comprar de vez. O pessoal do Dínamo sabe que não quero voltar, que desejo seguir no Grêmio. Já manifestei minha vontade de permanecer - reitera.


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