A imensa maioria dos clubes grandes e populares que disputam as maiores competições são, tradicionalmente, conhecidas pela sua identidade, formada ao longo de vários anos e incutida no imaginário, na alma e na mente de seus torcedores.

Assim também foi com o nosso Grêmio, que durante um largo período foi criando a sua própria identidade e acumulando vitórias. Muitas delas tidas como inalcançáveis. Se o adversário tivesse um time tecnicamente igual, sairia derrotado porque a raça e a garra gremista, vitaminada pelos jogadores e pela torcida, se encarregavam de levar o clube às vitórias.

Se o adversário fosse tecnicamente superior e favorito para derrotar o Grêmio, essas virtudes antes referidas tornavam o jogo rigorosamente equilibrado, porque poucas vezes se via uma equipe gremista se resignar com uma derrota.

É óbvio que a técnica é muito importante. Mas não é suficiente. Assim como é insuficiente ter somente a garra e a raça. Esse conjunto parece que falta ao tricolor atual. Quando, numa partida, sobra técnica, e o Grêmio possui muitos bons jogadores, falta aquele algo a mais. O contrário também é verdadeiro, na medida em que jogando com vontade, vibração e muita raça, às vezes, falta melhor qualidade técnica.

Os atuais jogadores têm essas duas virtudes, técnica e raça. Mas não estão conseguindo utilizá-las ao mesmo tempo. O que faz com que seja posta em dúvida a verdadeira identidade tricolor.

Felipão é a esperança de volta à fase da entrega total com qualidade técnica.