Paixão Tricolor
Cacalo: o desafio de Renato é fazer retornar a vontade de vencer, a luta até o último minuto
Grêmio precisa retomar a autoestima, a gana pelas vitórias
Renato já deu inúmeras demonstrações de grande capacidade e qualidade de trabalho. Com ele, após vários anos, o Grêmio retornou ao pódio de grandes campeões. Ele criou e consolidou uma estratégia de jogo e uma forma prática de a equipe atuar, que encantou o país.
Confesso que não sei examinar os verdadeiros motivos, porque assisto das cadeiras e na frente da televisão, não frequentando o dia a dia do clube, mas os adversários aprenderam a marcar o time gremista. No entanto, tentando avaliar, não responsabilizo individualmente nenhum jogador, nem o próprio treinador. Tudo está dentro de um contexto que deixou de funcionar.
Historicamente, o Grêmio é um time de muita garra, força e, na maioria das vezes, acompanhado de extrema qualidade. Isso deixou de acontecer. Fora Kannemann, que deixa o sangue em campo, a equipe está privilegiando exclusivamente o toque-toque, o passe demasiado, o excesso de refinamento, quase firula.
Só assim não se ganha em futebol. A velocidade de reação, de contra-ataque e de jogadas em profundidade desapareceu. A união destes dois fatores — técnica e força — sempre será vitoriosa.
Futebol de competição
O Grêmio precisa retomar a autoestima, a gana pelas vitórias. Ninguém desaprende a jogar futebol. Esqueçam os filósofos do futebol arte e pratiquem o futebol de competição. O desafio de Renato é fazer retornar a vontade de vencer, a luta até o último minuto, sem perder sua qualidade técnica. E chega de poupar titulares. Os reservas são bons, exatamente para os substituírem quando for necessário.