Paixão Tricolor
Cacalo: montagem de elenco tem de ser assunto interno
Penso que questão de campo deve ficar à cargo da direção e da comissão técnica
Faz 20 anos que fui dirigente do departamento de futebol do Grêmio, durante quatro períodos consecutivos. Tivemos acertos e erros. Conquistamos títulos e perdemos competições. Em 1996, por exemplo, foi a última vez que o Tricolor foi campeão brasileiro. Faço esta digressão e referência porque tenho lido que a entrevista de Renato, depois do jogo contra o Flamengo, teria sido um recado para o chamado CEO do clube. Não sei, mas se foi, não concordo, porque estes fatos se debatem internamente.
Posso ter ideias diferentes, talvez ultrapassadas, mesmo tendo convicção de que o futebol não mudou muito. No que tange ao campo de jogo e na administração de um departamento de futebol, pelo contrário, está facilitado. Inicialmente, há de se respeitar a hierarquia. Os atletas precisam saber que o comandante do departamento, e que está no dia a dia, é quem toma as decisões sobre a equipe.
Presidente é sempre a palavra final, chamado pelo vice de futebol. CEO, na minha ótica, não interfere em futebol, pois tem inúmeros outros assuntos para resolver na administração e nas finanças do clube como um todo. Obviamente participa das decisões financeiras sobre despesas, sem interferir na questão técnica. Para isso, atualmente, o departamento de futebol possui inúmeros profissionais de qualidade em todas as áreas, para dar apoio à direção e à comissão técnica.
As informações que tenho são de que o CEO do Grêmio é extremamente competente na sua área de trabalho, mas, a meu juízo, não deveria interferir na questão técnica de futebol, se é que, realmente, isso acontece, como foi noticiado.