Vai ou fica?
Luciano Périco: uma questão para Everton responder: um jogador de ponta pode ser feliz no Brasil?
Atacante do Grêmio tem bola e idade para jogar na Europa, mas segue no Tricolor
Parece loucura imaginar que um jogador de qualidade fará toda a sua carreira em apenas um clube. Em outros tempos, era comum. Hoje, se o cara estiver arrebentando, a grana alta dos europeus chega no arrastão e leva tudo.
O caso de Everton é interessante. Há tempos é destaque do time do Grêmio. Atacante rápido pelo flanco e goleador. Destruidor de defesas. Arrebentou na Copa América de 2019. Manchester City e Arsenal mandaram propostas, rechaçadas de imediato. A multa rescisória é de polpudos 120 milhões de euros (R$ 678 milhões, aproximadamente).
Fora de campo, Cebolinha é um atleta de primeira linha. Centrado, cara família. Só que a proposta definitiva, que aliviaria as finanças do Grêmio, não chega. A pandemia derrubou a economia mundial e diminuiu o poderio dos investimentos. Cautela para todo lado.
Vai ou fica
Até agora, nenhuma negociação fechou para o camisa 11 do Grêmio. Mesmo assim, ele mantém a cabeça do lugar. Focado dentro de campo, sem se abalar, sempre com entrega total. Há pouco, o Napoli se assanhou, mas recuou. Da turma da Inglaterra, Everton e Leicester sondaram, e na hora de bancar fugiram da raia.
Ano passado, o Milan formalizou uma proposta que não agradou ao Grêmio. Um clube da China também ciscou. Everton vai ficando. Ganha salário de primeiro mundo no Brasil. Óbvio que é bacana jogar na Europa, viver no Exterior. Mas aqui, o Cebolinha é a estrela da companhia. Não precisa provar nada.
A janela de transferências que termina em agosto, ainda é a chance de algo acontecer. Mas fica uma questão para Everton responder: é possível ser feliz sendo um jogador de ponta no Brasil?