Quando qualquer time vive uma turbulência durante a temporada, tendo uma série de resultados ruins, invariavelmente, a bronca estoura no treinador. Como se fosse possível resolver todos os problemas apenas trocando o comando do vestiário. É cultural no futebol brasileiro, os dirigentes entregarem em uma bandeja a cabeça do técnico, após uma sequência de maus desempenhos. Até agora, no Brasileirão, ocorreram seis mudanças. Caíram Nei Franco (Goiás), Eduardo Barroca (Coritiba), Dorival Júnior (Athletico-PR), Felipe Conceição (Bragantino) e Roger Machado (Bahia).

Trazendo a situação para o Grêmio, vejo muitos torcedores, em redes sociais, se manifestando a favor da troca de Renato Portaluppi. Afirmam que o ciclo de quatro anos do treinador estaria encerrado pela fadiga dos metais. Uma coisa é clara. Pela relação que tem com o presidente Romildo Bolzan, e por toda a história vencedora no Tricolor, como craque de bola e treinador, a saída de Renato só acontecerá em consenso. Pelo diálogo permanente e confiança entre as partes, somente um acerto de que as coisas não vão melhorar, poderá criar um fato novo. Além disso, tirando Renato, o que o mercado oferece entre os treinadores? Confesso que não vejo opções disponíveis. Não é hora de ruptura!

É fato que a equipe gremista está rendendo muito abaixo da necessidade. A fórmula vencedora implementada nos últimos anos, já está manjada pelos adversários. Será preciso trabalhar uma ideia de jogo diferente. Renato tem totais condições de começar um novo ciclo, alterando peças e funções de alguns jogadores, como já fez em outros momentos.

A dificuldade é falta de tempo para treinar, com a maluca maratona de jogos. A ausência de Everton Cebolinha diminuiu o poderio ofensivo do time. Vai demorar a adaptação ao novo momento. Não adianta apenas alçar bola na área procurando Diego Souza. Alisson precisa contribuir mais como homem de frente. E mais. Quem sabe Renato possa fazer um meio-campo robusto, mais marcador. Talvez o Grêmio tenha que jogar de forma mais pragmática, menos preocupado com o toque de bola.