Decolagem
Luciano Périco: Grêmio ensina que nunca devemos ser definitivos no futebol
Tricolor recupera desempenho e está vivo em três competições
Futebol é muito dinâmico. A frase foi cunhada pelo ex-dirigente do Grêmio, Rafael Bandeira dos Santos, lá nos anos de 1990, é perfeita para explicar as mudanças de perspectivas que um clube vive durante uma mesma temporada. O cenário de agora pode ser completamente diferente no futuro. A evolução e a involução das equipes é algo natural no transcorrer das competições. Opiniões definitivas podem ser aniquiladas logo ali na frente.
Coloco um exemplo prático. Em setembro, após a derrota para o Atlético-MG, escrevi aqui em GZH uma coluna com o título dizendo textualmente “Grêmio dá adeus a briga pelo título do Brasileirão”. Ela retratava, só que de forma definitiva, um momento claro, em que a equipe de Renato Portaluppi jogava pouco e não conseguia bons resultados. Tinha apenas duas vitórias em onze jogos. Parecia que as competições de mata-mata deveriam ser o único foco gremista de 2020.
O colunista sempre corre riscos na hora de dar opinião. Erra e acerta. É do jogo. O cenário apresentado pelo Tricolor, no final de setembro, era de uma equipe a procura de uma forma de retomar o seu futebol. Renato Portaluppi tinha muitos desfalques. O treinador sempre rebatia as críticas dizendo que a equipe iria decolar. Com jogadores recuperados e reforços que chegaram, o Grêmio conseguiu se reinventar. O quadro agora, no início de dezembro, é outro bem diferente.
O crescimento do time pode ser representado na figura de Jean Pyerre, o articulador esperado com ansiedade por Renato. Claro que para brigar pelo título do Brasileirão, ainda precisará batalhar mais ainda. Mas o Tricolor está na briga. Assim como o Palmeiras, terá que administrar três competições simultâneas. Por isso, faço um mea-culpa, de que nunca se pode ser definitivo em futebol.