Alerta ligado
Luciano Périco: se não mudar de postura, Grêmio corre o risco de ser atropelado pelo São Paulo
Tricolor precisa se reinventar no confronto pela Copa do Brasil
Óbvio que a eliminação na Libertadores foi traumática para o Grêmio. Não é hora de terra arrasada. Seria uma análise muito simplista achar que tudo está errado, porque o resultado não foi de acordo como o esperado. Entretanto, o péssimo desempenho contra o Santos, onde o time de Cuca teve ampla superioridade anímica, física e tática nos dois jogos, deve servir de lição e alerta para encarar os desafios que restam para o Tricolor na temporada.
É necessário ser realista. O cenário que se desenha é preocupante na Copa do Brasil. Projeto o confronto contra o São Paulo como ainda mais difícil do que foi contra o Santos. É possível apostar no favoritismo dos comandados de Fernando Diniz, que também lideram o Brasileirão. Se manter o mesmo nível baixo de competitividade apresentado nos últimos duelos de mata-mata, o Grêmio corre o risco de ser novamente atropelado.
Ainda analisando o desempenho na Vila Belmiro, não é concebível uma equipe demonstrar total falta de foco em uma partida de caráter tão decisivo. O Santos entrou mordendo, brigando por um prato de comida. O Tricolor se mostrou pouco competitivo. Quando é marcado de forma mais forte, o time sucumbe. Em contrapartida, o poder de marcação dos volantes gremistas tem deixado a desejar. A zaga fica exposta no mano a mano. Sofre Geromel e quem estiver ao seu lado.
Jean Pyerre precisa assumir a responsabilidade de que é o pensador do Grêmio. Ter a clara noção de que qualidade técnica é importante, mas não é tudo. É preciso o meia ter envolvimento dentro de campo. Demonstrar combatividade. Renato Portaluppi ainda precisa rever uma decisão que se mostra equivocada.
Sem Alisson, lesionado, a insistência em Luiz Fernando não tem sentido. O campo mostra claramente que a contribuição de Ferreira tem sido maior. Até mesmo na ajuda defensiva. Faltou ao treinador gremista uma explicação mais clara para a opção de ter deixado Kannemann no banco, até mesmo para evitar alguma crítica injusta sobre a decisão. É hora de reorganizar a casa. Mudar de postura. O 2020 ainda não terminou para o Tricolor.