O técnico Roger Machado é um profissional criado no Grêmio. Foi um grande jogador e obteve inúmeros títulos de toda a ordem vestindo a camisa tricolor. Depois, jogou em outros clubes mas sempre manteve forte vínculo afetivo com o Tricolor — a ponto de ter sido colocado pelo clube na Calçada da Fama. Tudo por merecimento.

Não é a primeira vez que ele treina o time profissional e segue mantendo forte relação com o clube. Depois do que assisti neste último jogo, contra o Sampaio Corrêa, me pus a raciocinar e concluí que pode estar faltando mais diálogo e sensibilidade ao técnico e aos integrantes do departamento de futebol. 

Todos sabemos que o Grêmio tem no torcedor uma força e participação nas arquibancadas quase que inexplicáveis. Essa relação sempre precisa ser aperfeiçoada. E parece que neste momento está havendo um hiato nessa conjuntura.

A torcida tem opinião forte e, graças a ela, o Grêmio chegou a conquistas inesquecíveis. Raramente presenciei ruptura entre torcedor e clube. E, às vezes, o momento requer alguma sensibilidade entre todas as partes. Há uma certa resistência do torcedor em relação a Thiago Santos e Lucas Silva, que sempre doaram seus esforços em prol do clube.

Mas existe certa incompreensão para com estes dois atletas. Nesta fase, após muito diálogo com a direção de futebol, o técnico Roger poderia não tê-los utilizado para evitar reação dos torcedores, até porque a partida estava decidida quando eles entraram.

Tenho certeza que, preservados, ambos os atletas voltarão a render o futebol que os trouxe para o Grêmio. Paciência, sensibilidade e diálogo vão resolver estas dificuldades.