Paixão tricolor
Mateus Bunde: Renato e a base do Grêmio
Nas suas passagens pelo clube, o treinador nunca se escondeu da responsabilidade de testar os guris

Uma boa categoria de base sempre é um alento para o torcedor. No Grêmio, ótimos ativos costumam sair dos campos de Eldorado e do Cristal – além, claro, das prospecções de atletas oriundos de outros clubes trazidos para finalizarem a preparação no Rio Grande do Sul. O Tricolor já entendeu a importância da formação de jogadores, e ninguém melhor para dar o suporte na transição dos meninos da base do que Renato Portaluppi.
Além de ser constantemente elogiado por sua gestão de grupo, Renato é um adepto no uso das categorias de base. Nas suas passagens pelo clube, o treinador nunca se escondeu da responsabilidade de testar os guris. Muitos deles não embalaram na carreira como o imaginado, mas há a certeza de que vários contaram com o empurrãozinho do ídolo do clube no seu primeiro contato com o futebol profissional.
A falácia de que Renato não usa a base precisa cair por terra. Conforme estudo do CIES - Observatório do Futebol, o Grêmio foi o time que mais utilizou jogadores das categorias de base em 2023. Ao lado do São Paulo, o Tricolor gaúcho lidera a lista de clubes da Série A com 16 guris lançados durante toda a temporada. Ou seja, Renato testa. Muitas vezes não funciona, mas teste e contato com os guris Renato tem de sobra.
Os problemas
Renato não é perfeito. Comete seus exageros e seus equívocos. Coisas do futebol. Contudo, é um treinador que sabe quando lançar um guri prodígio da base, principalmente quando este é um atacante de lado. A prova disso está nos seus vários pupilos, que perpassam por nomes como Pedro Rocha, Éverton Cebolinha, Pepê, Ferreirinha e, mais recentemente, Nathan Fernandes. Renato ainda tem a materialidade ao seu lado para justificar quando usar ou não uma potencial promessa do clube, pois sabe da importância desses ativos para a saúde financeira do Grêmio.