O ex-dirigente do Grêmio e colunista do Diário Gaúcho e de Zero Hora, Luiz Carlos Silveira Martins, o Cacalo, morreu neste sábado (24), aos 73 anos. Advogado, radialista e conselheiro do clube, um dos mais vitoriosos dirigentes do Tricolor deixa os filhos Eduardo, Roberto e Rafael, e a neta Isabela.

Com atuação entre o final dos anos 1980 e na década de 1990, Cacalo participou de grandes conquistas do clube, com destaque para Libertadores de 1995, Brasileirão de 1996 e duas Copas do Brasil, em 1994 e 1997. 

Ocupou o cargo de vice-presidente gremista nas áreas jurídica, administrativa e do futebol. Por fim, sucedeu a Fábio Koff e tornou-se presidente do Tricolor no biênio 1997-1998. Foram funções que exigiram muito tempo de sua vida. Horas, dias, meses dedicados para entrar para a história do clube do coração. 

Natural de Porto Alegre, Cacalo estudou no Colégio Anchieta e na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Recebeu em setembro de 2012 o título de Cidadão Emérito da cidade, pela Câmara Municipal de Porto Alegre. 

Além do Grêmio, sua trajetória na área jurídica também foi construída Associação Gaúcha dos Advogados Trabalhistas (Agetra), Caixa de Assistência dos Advogados, Procuradoria Jurídica do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPERGS) e Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Gaúcha de Futebol de Salão (FGFS). Fã de turfe, era visto com frequência no Jockey Clube.

Formado como radialista desde 1984, Cacalo foi convidado pelo então diretor da Rádio Gaúcha, Armindo Antonio Ranzolin, para participar do Sala de Redação em 2001. Na época, ele já estava afastado do Grêmio e atuava como colunista do Diário Gaúcho — assinou a coluna Paixão Tricolor desde 2000, ano do lançamento do jornal. Além disto, era comentarista do programa Lance Final, nas noites de domingo da RBS TV, quando debatia a rodada da dupla Gre-Nal ao lado do colorado Ibsen Pinheiro e do apresentador Pedro Ernesto Denardin. 

Embora tenha ponderado o convite de entrar ainda mais no mundo da comunicação por não se identificar como um representante da torcida gremista, aceitou o convite de Ranzolin, passando a formar a equipe com Ruy Carlos Ostermann, Lauro Quadros, Wianey Carlet, Kenny Braga, Paulo Sant’Ana, Guerrinha e outros. 

Ficou no Sala de Redação até 2018. Sua atuação ficou marcada por comentários contundentes sobre seu time do coração, para o bem e para o mal. Sobre o rival, gostava de dar alfinetadas no Inter, que despertavam a ira de torcedores e dos componentes do programa identificados com o colorado.

Patrono do Grêmio

Em 2023, Cacalo foi escolhido como novo patrono do Grêmio. Ele teve a indicação aprovada pelo Conselho Deliberativo do clube com 267 votos a favor, e se tornou o quarto gremista a ocupar o posto na história. Aurélio de Lima Py, Fernando Kroeff e Hélio Dourado completam a relação de patronos do Tricolor.

— Com toda a sinceridade, todos os companheiros que estão aqui poderiam estar no meu lugar. Todos trabalham para o Grêmio. Alguns por menos tempo apenas. Mas o nosso objetivo é trabalhar em prol do clube. Tenho essa honraria inesquecível. Fui escolhido pela gentileza do Conselho Deliberativo — comentou Cacalo na homenagem que recebeu do clube.