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Dorival x Fabrício

Ex-técnicos e dirigentes falam sobre possível punição de Fabrício

O Diário Gaúcho ouviu a opinião de algumas pessoas do mundo da bola

29/05/2012 - 06h51min

Atualizada em: 29/05/2012 - 06h51min


E agora, Fabrício?

O pulso firme de Dorival Júnior para a indisciplina é difícil de amolecer. A direção descarta punir Fabrício pela reação intempestiva à cobrança do chefe pelo erro no terceiro gol do Flamengo. Mas ao final do jogo, o técnico deixou clara sua posição, de que uma medida dura deveria ser tomada.

Dorival já provou intolerância à insubordinação. Tinga e Dagoberto foram para a reserva por atraso em treino. Sandro Silva ficou na geladeira por reclamar chance no time. Isso sem falar quando Dorival esteve no Santos e tirou Neymar do time por indisciplina, o que acabou custando seu emprego.

Mas afinal, está certo todo esse rigor? O Diário Gaúcho ouviu a opinião de algumas pessoas do mundo da bola. Confira a seguir.

Fala, Batista

"Acho que um alerta é bom, porque o grupo vê esse arroubo do jogador e não pode achar que é natural. A cobrança do treinador é que é normal, ele está ali para isso.

O próprio calor do jogo leva a esse tipo de reação, mas acho que o Fabrício é muito jovem para ter essa atitude, que acontece com os mais velhos ou consagrados. É preciso controle.

Acho que vale um papo no vestiário. Se for a primeira vez do Fabrício, não é caso de punição, pode ser conversado. Uma atitude mais forte, perante os outros jogadores, é importante para que não vire bagunça. Treinador está lá para corrigir, e jogador, para obedecer.

Dorival está certo em ser disciplinador. Disciplina é fundamental. Se deixa passar, contamina o grupo. Mas também acho que jogador precisa ter iniciativa de fazer o diferente."

Batista, comentarista da RBS TV, ex-técnico e ex-jogador

A voz de Mário Sérgio

"Vejo futebol como empresa. Se você discutir e questionar decisão da chefia, é demitido.

A imprensa tem parcela de culpa. Muitas vezes endeusa um cara, e ele se julga acima do bem e do mal. Se levar em conta a origem dos jogadores, geralmente humildes, não acostumados com estrelato, quem pode trazê-los à realidade é a diretoria.

Normas devem ser cumpridas. Tem que colocar os jogadores no lugar deles. O que faz a diferença é a postura de homem. Talento é importante, desde que esteja a serviço do grupo. Se comportou mal, está fora. Não pode ficar refém do cara.

Esse Fabrício veio da Portuguesa, está em um dos maiores clubes do mundo. Tem que baixar a bola. E a direção tem que respaldar o técnico. Não pode passar a cabeça no mau exemplo."

Mário Sérgio, ex-jogador, ex-comentarista e técnico de futebol

Opinião de Príncipe

"Acho que deve haver respeito mútuo. O treinador na hora ficou surpreso com a atitude do jogador, mas ele está naquela hora de defender a camiseta, de cabeça quente. Isso é automático, acontece no futebol. Mostra a vontade de vencer. Fabrício teve esse deslize, é preciso conversar e partir para outra. Futebol é assim mesmo, não pode ser só carinho, gente boazinha. Acontece de gesto mais grosseiro.

Os nervos estavam à flor da pele. Não é momento para colocar fogo na fogueira. Atleta quando está perdendo fica com a cabeça quente.

Fabrício é um menino, estava em jogo importante, levando 3 a 1 do Flamengo e com com o pensamento na partida. Tanto que fez o gol. Treinador tem que entender."

Jair Prates, o Príncipe Jajá, ex-jogador do Inter

O relato de quem viu a discussão no campo Por José Alberto Andrade, repórter da Rádio Gaúcha

Depois do gol de Vagner Love, Muriel se levantava após ver a bola na rede, Moledo lamentava o drible sofrido e a queda, pondo-se de pé para o reinício.

Isso tudo perto da goleira. No centro do gramado, havia uma discussão de um personagem só: Fabrício. Ele gesticulava forte, levantava os braços, o dedo em riste, falava alto e se dirigia com indignação a alguém na lateral direita. Parecia ser com Nei, que o olhava, mas não esboçava reação.

Dorival Júnior, fora do campo e próximo ao lateral-direito, também só assistia. Fabrício deu alguns passos, como quem ia até o outro lado tirar mais satisfações. Vieram outros para detê-lo. Gilberto chegou por ali, e Dátolo, com energia, pediu calma ao time.

Os ânimos serenaram. Fabrício fez um golaço e saiu de cara amarrada. Ao final, admitiu que a bronca era com o técnico. Reconheceu excesso, disse que era "coisa de jogo" e saiu. Sem sorrir.

Dia do Inter
- Retornos - Depois de dois dias de folga, os jogadores se reapresentam hoje no Beira-Rio. D'Alessandro e Sandro Silva devem ser liberados pelos médicos para treinar com o grupo e devem voltar contra o São Paulo, dia 6.

- Reintegrado - Jajá voltará a treinar com o grupo hoje, após cumprir punição por abandonar a delegação no Rio de Janeiro depois do jogo com o Fluminense e ir para balada com o centroavante Jô, repassado ao Atlético-MG.


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