Inter



Exclusivo

Falcão: "Vai ser mais um jogo de Brasileiro"

Agora técnico do Bahia, ídolo reencontra o ex-time

29/06/2012 - 20h58min

Atualizada em: 29/06/2012 - 20h58min


Técnico acredita no trabalho que está sendo feito no Bahia

Ídolo do clube por ter sido um dos principais jogadores do Inter na década de 70, Falcão foi contratado como técnico colorado em abril de 2011 para substituir Celso Roth. Em apenas 99 dias de trabalho, acabou demitido pela direção, assim como o vice de futebol Roberto Siegmann, após três derrotas consecutivas. Neste domingo, será a primeira vez que Falcão, técnico do Bahia, reencontrará o Inter, às 16h, em Salvador.

Por telefone, ele conversou com o Diário Gaúcho e, embora tenha tentado minimizar o sentimento por trás desta partida, não escondeu um pouquinho de mágoa pela maneira como foi a sua saída do Beira-Rio.

Diário Gaúcho - Você foi campeão baiano, mas no Brasileiro ainda não conseguiu uma sequência de vitórias (1V, 3E e 2D). Que estágio está o seu trabalho no Bahia hoje?

Falcão - Estamos ainda montando o Bahia, na medida em que perdemos muitos jogadores que se machucaram. Kleberson chegou, já tem condição de jogo, fez hoje primeiro treino com o grupo. Então, nós estamos remontando. E ainda começamos o campeonato só pegando time complicado, encaramos quatro times candidatos ao título: São Paulo, Santos, Atlético-MG e Vasco. E agora o Inter. Foi um início arrasador.

DG - Qual a ambição do Bahia neste Nacional?

Falcão - Chegar o mais alto possível. O ano passado o Bahia sofreu muito na briga para não cair. Minha ideia é deixar o clube numa situação bem longe disso. Quanto mais alto chegar, melhor. Se conseguirmos fazer o que eu imagino, podemos ser uma surpresinha.

DG - Como vai ser esse reencontro com o Inter depois da sua passagem rápida como técnico da equipe?

Falcão - Não pensei nisso não. Isso não fez parte dos meus pensamentos. É um jogo em que nós temos que ganhar, contra um adversário extremamente complicado, é mais um adversário de peso.

DG - Mas ficou alguma mágoa?

Falcão - Tudo que eu tinha que falar desse assunto já falei lá atrás, não retiro absolutamente nada do que eu disse. As pessoas que trataram aquele caso com objetividade, que não tiveram comprometimento, parceria com esse ou aquele, nem envolvimento político nos seus comentários, eles sabem o motivo real porque eu fui demitido. Isso não apaga a minha história no Inter como jogador e treinador. Faz um ano que voltei ao futebol, ganhei dois estaduais, em dois estados diferentes. Tem muita gente que em dez anos não tem dois títulos. Meu cálculo é o seguinte: daqui a dez anos vou parar e ver o que eu ganhei como treinador.

DG - Você já enfrentou o Inter como jogador pelo São Paulo e Roma. Agora será a primeira vez como técnico. O que muda?

Falcão - Com o Roma foi uma questão contratual, um amistoso, e com o SP foi um pedido meu para a festa de estreia. E como treinador também foi a primeira vez contra São Paulo, Atlético-MG.....Jornalisticamente é um fato, mas para mim é mais um jogo de Brasileiro. Evidente que com toda essa história que teve, as pessoas estão puxando por isso, mas eu não posso me envolver nisso. Minha preocupação é ganhar, porque jogamos em casa, temos que conseguir pontos, mas podia ser qualquer outro adversário.

DG - Mas não teria um gostinho especial ganhar do Inter?

Falcão - Não, não. Não é aí que se julga o trabalho de um profissional. O grande gostinho que eu tenho é que quase o time inteiro do Inter me deu abraços, quando eu estive em Porto Alegre, para jogar contra o Grêmio. Isso é que fica. Os torpedos que eu recebi pela conquista do Baiano, torcendo por mim. Essa relação que perdura é o que a gente leva do futebol.

DG - E mesmo em semana de duelo recebeu torpedo de alguém daqui?

Falcão - Recebo mensagens pontuais, vem de vez em quando. Enfim, hoje recebi um torpedo: "ó, estamos chegando aí, vou te dar um abraço". Evidente que eu não vou te dizer qual jogador (risos). Minha relação com eles foi de muito respeito e uma excelente convivência.

DG - Tens vindo a Porto Alegre?

Falcão - Fiquei segunda e terça aí, primeira vez que consegui dar folga para eles, mas é difícil de ir. Aquele atropelamento na saída do Inter mudou toda a minha estrutura familiar. Não era isso que eu tinha preparado. Tinha programado ficar mais tempo. Tive que redirecionar um pouquinho as coisas.

DG - Mas está feliz com esse novo caminho?

Falcão - Fui muito bem recebido aqui pelos jogadores, pela torcida. Trabalhamos muito forte no Baiano. Chegamos a esse título depois de dez anos, em oito ganhou o Vitória. Isso recuperou a autoestima.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias