Paixão Colorada
Kenny Braga: Morte do velho amigo

Ainda não sei com que ânimo assistirei, hoje à noite, a Vasco x Inter. Mas, certamente, será com terrível sensação de vazio pela morte do colega, do amigo, do infatigável colaborador das minhas pesquisas Jorge Marimon Mendes, sepultado ontem no Cemitério São Miguel e Almas.
Soube da morte do Jorginho logo após o meio-dia de segunda-feira. Mas fiquei sem a menor condição de expressar minha tristeza. Só agora que caiu a ficha, que vi seu caixão baixar a sepultura, coberto pela bandeira colorada, seguido por grande numero de colegas, me sinto encorajado a comentar a morte do jornalista e sua incomparável paixão pelo futebol.
Livro que faltou
Desde 1939, quando iniciou a carreira de repórter na Rádio Farroupilha, até a hora da morte, o jornalista Jorge Mendes acompanhou todos os momentos significativos do futebol gaúcho. Foi amigo e confidente de grandes ídolos do Inter, principalmente nos anos 40 e 50, relacionou-se com dirigentes e treinadores, assistiu a fatos de bastidores que só ele conhecia.
Quando escrevi meu livro "Rolo Compressor - Memória de um time fabuloso", o Jorginho me ajudou muito. Lástima que ele não tenha escrito o seu livro de memórias. Lástima que eu não possa vê-lo mais no Centro de Porto Alegre quase todos os dias, com o seu bom humor e as suas histórias inéditas.
Jorge Marimon Mendes foi uma personalidade singular, da qual jamais vou esquecer.