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Na versão professor

A terceira Era Dunga no Inter

Criado nas categorias de base, ex-volante agora tem missão mais complicada como técnico

13/12/2012 - 07h21min

Atualizada em: 13/12/2012 - 07h21min


A volta ao clube, agora como técnico, aos 49 anos

Desde que recebeu o convite do Inter, há 19 dias, Dunga tinha a certeza de que não poderia recusar a chance de comandar o time do coração.

- O Inter foi o clube que me abriu as portas. Vejo-o como a Seleção: não é quando tu queres, mas quando és convocado. Cheguei aqui com 14 anos. Agora quero retribuir.

Criado nas categorias de base do Beira-Rio, o ex-volante jogou sete anos pelo Inter - primeiro, de 1978 a 1984, depois em 1999. Agora, recebe uma missão mais complicada.

Mesmo que a pré-temporada comece dia 6 - será em duas etapas, em Gramado e em Bento - a terceira Era Dunga no Inter já começou.

O vestiário

Uma das exigências de Dunga é de que o vestiário não fique tão exposto. Além dele, do seu auxiliar Andrey Lopes e do restante da comissão técnica, que terá Paulo Paixão, serão poucos com acesso livre. A estrutura do futebol terá o diretor executivo Newton Drummond e os diretores Marcelo Medeiros e Luís César Souto de Moura.

- Vestiário é questão simples. O objetivo é o campo. Tudo tem o seu momento apropriado. Quanto mais enxuto for, melhor. Quando um jogador entra no vestiário, tem que pensar apenas no jogo. Não tem celular, laptop. É lugar de foco - avisou.

Embora não tenha experiência em clube como técnico, os quatro anos de Seleção renderam bagagem suficiente:

- A diferença é a carga de pressão. Na Seleção, é de 30 dias. Só que aqueles 30 dias valem por quatro, seis meses. Aqui (no clube), você experimenta o veneno dia a dia. É mais fácil ter o antídoto. Na Seleção, a dose é mais forte.

Mão forte

Será nos treinos e no trabalho do dia a dia que o jogador garantirá lugar no time. Mas o técnico deu dicas do que considera fundamental em um titular:

- Para trabalhar comigo, é preciso ter competitividade, vibração, comprometimento e vontade de ganhar. A pior derrota é chegar em casa e achar que poderia ter dado mais. É preciso sair exausto de campo.

Além desses pré-requisitos, Dunga não tolera indisciplina. Admitiu ser "cabeçudo", mas não abrirá mão de comandar com mão de ferro:

- Jogador deve ter responsabilidade, tem que estar sempre pronto para jogar. Quando você trabalha bem e tem o grupo fechado, os jogadores querem atuar, seja qual for a posição.

O time

A base do time de Dunga será a mesma deixada por Dorival Júnior e Fernandão. Serão poucas as mudanças. Deverão ser feitas de três a quatro contratações.

- Ao meu modo de ver, não está tudo errado. Tem muitas coisas boas a se aproveitar - afirmou o técnico.

Sem Bolívar, fora dos planos, o homem forte de Dunga no vestiário será D'Alessandro. O meia seguirá como capitão. Forlán, apesar do rendimento frustrante, começará como titular.

- Foi o melhor da Copa de 2010. Jogador não esquece. Todos que vêm da Europa tem um período de adaptação. As trocas de treinador talvez tenham dificultado - disse.

Quanto aos estrangeiros, Dunga afirmou não ver problema em trabalhar com os cinco do grupo.

Categoria de base

Em reunião com a direção, chegou-se ao consenso de que o Inter precisa investir ainda mais na categoria de base. Dunga fez revelação:

- Temos que dar mais chances aos testes para laterais e atacantes de velocidade. Nos próximos três anos, temos que formar esses jogadores.

Sobre o aproveitamento de jovens, ele não vê problemas:

- Futebol tem que ser por merecimento. Não é pela idade, por ser mais velho ou mais novo que tem que jogar. O Inter sempre foi formador de jogadores. Temos que subi-los no momento certo.

DUNGA - Carlos Caetano Bledorn Verri

Idade - 49 anos (Ijuí, 31/10/1963)

Como jogador
Brasil
Inter (1978/1984 e 1999), Corinthians (184/1985), Santos (1986) e Vasco (1987)

Europa
Pisa (1987/1988), Fiorentina (1988/1992) e Pescara (1992/1993), na Itália, e Stuttgart (1993/1994), na Alemanha

Japão
Jubilo Iwata (1994/1998)

Seleção como jogador
Campeão mundial sub-20, em 1983, prata em Los Angeles/1984, bi da Copa América 1989/1997, Copa de 1990 (oitavas de final), Tetracampeão mundial (1994) e vice na Copa de 1998.

Como técnico
Campeão das copas América 2007 e das Confederações (2009) e foi até as quartas na Copa do Mundo de 2010.


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