Os técnicos de futebol bem sucedidos ganham grandes salários no Brasil e no Exterior, alguns próximos da faixa de R$ 1 milhão ou mais. Nada contra, do ponto de vista da lei da oferta e da procura, pilar do sistema capitalista de produção. Ganham mais, e exigem mais porque consolidaram, ao longo do tempo, uma carreira profissional vitoriosa.

Mas será que os dirigentes dos principais clubes brasileiros, sempre em busca de dinheiro para saldar novas e antigas dívidas, se sentem à vontade pagando salários tão altos? E será que os torcedores, sempre lutando com dificuldades para pagar suas contas, acham normal que um profissional do futebol ganhe mais de R$ 500 mil?

Saco sem fundo

As pessoas com quem falo no meu cotidiano entendem, em sua maioria, que não. Acham que todos os profissionais têm o direito de fazer exigências salariais de acordo com a importância que atribuem ao seu currículo. Mas que os dirigentes não podem cometer loucuras, endividando ainda mais seus clubes.

A verdade é que os clubes brasileiros, mesmo os mais populares, com grandes torcidas, quadro social numeroso e aportes financeiros variados, não podem continuar pagando salários que nem mesmo os europeus bancam. Até para que não transformem seus cofres num saco sem fundo, onde o dinheiro entra e logo desaparece, engolido pela voragem das dívidas.