Destaque no papel principal do vídeo do Harlem Shake colorado (uma brincadeira organizada pelos jogadores na internet), Caio vem mostrando que não é apenas bom
dançarino. O atacante contratado do Figueirense no início da temporada tem surpreendido com boas atuações, gols e assistências. Foi ele o herói da classificação
na Copa do Brasil, marcando o primeiro gol e sofrendo o pênalti que garantiu vaga à
segunda fase. Mesmo com uma amostra pequena, Caio já desponta - dois gols e quatro assistências.

Primeiro, o jogador ganhou a confiança de Dunga, que planejou um trabalho de fortalecimento muscular especial para o carioca de 22 anos.

● Rafael Moura que se cuide

Depois, o resultado apareceu em campo e no entrosamento com os companheiros.

- Trabalho sério e respeito meus colegas. Todos temos que estar prontos para entrar e
fazer a diferença - afirmou, logo depois da vitória por 2 a 0 em cima do Rio Branco, do Acre.

Embora jogue pelos lados, em velocidade, Caio pode roubar a vaga de Rafael Moura
na ausência de Damião. O atacante mudou o rumo da partida quando entrou no segundo tempo no Acre. E provou que pode jogar com Forlán.

- Quando o Dunga pede (para atuar com o uruguaio), acredito que é para deixar o ataque mais leve. O que eu quero é estar dentro das quatro linhas - admitiu.

Outro segredo revelado por Caio é a observação que faz do jogo quando está no banco. Segundo ele, o lance do gol de quarta nasceu de uma conversa com Otavinho no reservado. Dunga elogiou a percepção do jogador:

- O jogador que está no banco é um profissional, não um torcedor.

Números

● Oito jogos - sete vitórias e um empate
● Dois gols - Esportivo e Rio Branco-AC
● Quatro assistências:
10/3 - São Luiz 0x5: passe para o gol de Rafael Moura, o quinto do Inter.
21/3 - 2x1 São Luiz: invadiu a área pela ponta e fez o cruzamento para o gol de Damião, abrindo o placar.
24/3 - Santa Cruz 0x3: tabelou com Damião, que chutou para o gol, com bola desviando em Héverton.
30/3 - 2x0 Esportivo: fez jogada pela ponta e cruzou na área para D’Ale, que chutou de
primeira.

Como foi no Botafogo

"Era da base do Volta Redonda, e o Botafogo o contratou ainda júnior. Desde o início, se destacou pela velocidade e ousadia. Só que a rotatividade era muito grande no clube, vários atacantes foram contratados, como Herrera e Loco Abreu, e ele ficou de
primeiro reserva. A situação o incomodou, e passou a reclamar da falta de sequência. Tinha o carinho da torcida. Mas depois ficou com a fama de cai cai. Como não emplacava, a torcida ficou impaciente. Caio foi perdendo espaço e pediu para ser emprestado."
André Casado, repórter do Globoesporte.com no Rio

Como foi no Figueirense

"O Caio foi o único jogador que se salvou na campanha desastrosa do rebaixamento do Figueirense. Desde que chegou, deu conta do recado, fez gols importantes, apresentou um futebol que agradava à torcida. Virou queridinho e logo conquistou a titularidade. Em outubro, sofreu uma fratura. Caio sempre expressou, em Florianópolis, uma mágoa por ter sido considerado reserva no Botafogo. Não gostava de ser rotulado o jogador que
entrava no segundo tempo e resolvia. Deixou o Figueira com o carinho da torcida."
Marcos Castiel, colunista do Diário Catarinense