Paixão Colorada
Kenny Braga: Tolerância excessiva
Leia a coluna do Diário Gaúcho na íntegra

Quando assisti pela tevê ao jogo Flamengo 0x1 Grêmio, no Mané Garrincha, em Brasília, senti imensa satisfação ao constatar que torcedores dos dois times dividiam os mesmos espaços nas arquibancadas. E que torciam com entusiasmo, sem qualquer inibição.
Naquele momento, imaginei que o gênio de Garrincha, em qualquer lugar onde se encontre, estava colaborando para que houvesse nas arquibancadas do estádio que leva seu nome um mínimo de civilidade.
Mas a minha alegria durou pouco. Já na partida Vasco 1x1 Corinthians, no domingo, marginais de ambas as torcidas se enfrentaram com a ferocidade de animais selvagens.
Impunidade
Foi um momento de selvageria inimaginável, que deixou em pânico mulheres e crianças colocadas na cena da troca de socos, pauladas e pontapés.
Foi uma agressão à memória de Garrincha, em total desrespeito à alegria mais pura gerada por suas pernas tortas para encantar os torcedores.
Pois, incrivelmente, os marginais envolvidos na arruaça foram levados para uma delegacia, assinaram termos circunstanciados e, em seguida, colocados em liberdade, provavelmente, com pedidos de desculpas.
Mais uma vez a impunidade ganhou de goleada. No Brasil de hoje, parece que há, de parte das autoridades, medo de enfrentar os arruaceiros que não querem viver em paz.
Que sociedade nós queremos?