Com o retorno de Abel Braga, técnico campeão da Libertadores e do Mundo com o Inter, em 2006, não há como, em uma semana de clássico, não lembrar do inesquecível Gre-Nal do Século.

Para quem não viveu aquela memorável tarde de domingo, e para eles, que tanto tentam esquecer aquele jogo, vou dar uma rememorada. Foi em fevereiro de 1989, mas pelo Brasileirão do ano anterior. Era pela fase semifinal e valia vaga na Libertadores.

O primeiro clássico (de duas partidas em sistema de mata-mata) havia terminado empatado em 0 a 0, na antiga casa deles. Então, quem vencesse o segundo confronto, estaria na final do campeonato e na Libertadores daquele mesmo ano. Isso por si só é
suficiente para demonstrar a importância do clássico.

Ousadia

Os momentos de emoção foram reservados para a segunda etapa. No intervalo, com o Colorado perdendo por 1 a 0 e com um jogador a menos (o lateral Casemiro havia
sido expulso), o técnico Abel exigiu garra, fé e coragem de seus comandados. Mais do que isso, ousou.

Em vez de recompor a lateral, tirou um dos volantes e mandou a campo mais um atacante. O time retornou do intervalo em um inédito esquema 3-2-4. A coragem foi recompensada: com dois gols do centroavante Nilson, o Inter virou o jogo.

Que o mesmo espírito guerreiro daqueles comandados de Abel esteja, neste
domingo, com o atual elenco colorado. Para cima deles, Inter.