Novo momento
Com a bola cheia no Inter, lateral Fabrício comemora boa fase e dispara sobre 2013: "Jogava enforcado"
O lateral-esquerdo Fabrício vive o melhor momento desde que chegou ao Beira-Rio em 2011
Confiança. Era o que o lateral-esquerdo Fabrício diagnosticou que faltava para mostrar a que veio. Contra um Remo sem reação, o camisa 6 abriu o caminho para o passeio do Inter em Belém do Pará na quarta-feira, pela Copa do Brasil. Fabrício marcou o seu quinto gol na temporada e livrou-se, em definitivo, daquela corda no pescoço de 2013.
- No ano passado, tinha sempre aquela desconfiança. Sabia que, se eu fosse mal, ia sair do time. Jogava sempre enforcado - lembra o jogador, apontando a diferença de postura de Dunga e Abel Braga.
>>> Confira a entrevista do jogador:
"O jogador é que tem que mudar"
Sorridente, o lateral não esquivou-se de falar dos problemas. Enalteceu o bom momento e, numa conversa descontraída no CT Parque Gigante, atribuiu aos jogadores o fracasso de 2013:
- O jogador é quem tem que mudar. O Dunga era firme, parceiro. Mas estavam acontecendo muitas brigas entre a gente. Discussão mesmo.
A virada de chave pareceu simples. Era preciso levar para o vestiário a parceria que existia fora de campo. O contestado Rafael Moura, por exemplo, passou a receber injeções de confiança. Assim como Fabrício. E a boa fase chegou.
No Beira-Rio desde 2011, o lateral anseia títulos. Já colocou na conta Recopa (2011) e dois Gauchões (2012 e 2013). Mas tem certeza de que, para o Inter, não basta. Quer o Brasileiro, a Libertadores. Tanto é que não cogitou em sair, apesar das investidas de São Paulo e do Galatasaray-Tur. Deseja coroar a sua história de vida com esse currículo. E ela, sua vida, merece.
Promessa de casa para os pais
Foi com o futebol que Fabrício cumpriu uma promessa que fez aos pais Reginaldo e Maria Vilma aos 15 anos. Caçula entre três irmãos, lembra que precisava sair mais cedo do colégio no Bairro São Miguel Paulista, na Zona Leste paulista, quando chovia.
- Morava ao lado da escola, e todo mundo sabia que a casa alagava. Levantávamos geladeira, sofá e, de balde, tirávamos toda a água. Nessa época já jogava na Portuguesa por R$ 100. Decidi ali que seria jogador para tirar eles de lá - recorda o lateral, que só realizou o sonho de uma casa para a mãe e um apartamento para o pai em 2010, no profissional da Lusa.
Com o nome na história do Inter
Na partida que marcou o primeiro jogo-teste no Beira-Rio, no dia 15 de fevereiro, contra o Caxias, pelo Gauchão, a pergunta que não queria calar: quem faria o primeiro gol do remodulado estádio do Inter? Fabrício, de cabeça, respondeu _ apesar de nem ele ter acreditado.
- Pensei, na hora, "mentira que o gol é meu?". Agora, ninguém mais tira o meu nome da história do Inter - conta o dono da camisa 6.
A pequena Emily, sete anos, filha do lateral-esquerdo com a paulista Jéssica, 25 anos, foi uma espécie de amuleto nesse dia. Antes do jogo, ao entrar de mão com o pai, revelou que levou as amiguinhas do condomínio junto ao Beira-Rio para dar sorte.