Festa Gigante
Pernambuco, paizão dos jogadores do Inter, chegou antes da inauguração do Beira-Rio
Lorival trabalha dentro do vestiário colorado e viu passar grandes nomes como Figueroa, Falcão e Dunga
Lorival Gomes Soares, 80 anos, é tão conhecido no Beira-Rio como a história do Inter. Mas não ouse procurar por esse nome lá. Ninguém o conhecerá. Agora, se procurar pelo "seu" Pernambuco, muda de figura. Afinal, tem de Inter os mesmos 45 anos do estádio.
- Só tenho a agradecer ao velho Beira-Rio. Passei aqui na frente em fevereiro de 1969. Tive a sorte de o ônibus no qual era cobrador estragar aqui na frente e eu vir pedir emprego no Inter - lembra, cravando o dia: 20/2/1969, 44 dias antes da inauguração.
Pernambuco é quem mantém o vestiário em ordem. Cuida da limpeza e da organização do ambiente sagrado dos jogadores, Nesses 45 anos, comemorou conquistas e sofreu as derrotas ao lado de nomes como Figueroa, Falcão, Dunga, Fernandão e Alex. Tem pela década de 70 um carinho especial. Mais precisamente por 1975, o ano em que o Inter conquistou o primeiro Brasileirão dos gaúchos. Pernambuco assistiu à final contra o Cruzeiro do túnel.
- Vi Figueroa subir mais alto do que todos - conta, orgulhoso, sobre o gol iluminado do zagueiro.
Para os jogadores, Pernambuco é o mais querido. Na sexta-feira, Alex interrompeu a entrevista que concedia para um afago e seu testemunho sobre o funcionário:
- Não dá para imaginar o vestiário sem este "véio".