É impensável a existência de um time de futebol formado somente por craques. Nem mesmo as grandes seleções conseguem reunir nomes de excelência em cada posição. Os craques são exceções, como os grandes pintores, compositores e escritores, cujos nomes são pronunciados com respeito muitos anos após sua morte.

O futebol não existiria, portanto, se não existissem os jogadores de nível médio, que ganham a vida suando muito para serem valorizados pelos torcedores.

O Willians, cujo desempenho foi elogiado pelo técnico Abel Braga na entrevista coletiva concedida após a vitória de sábado, contra o Atlético-PR, não integra a elite dos craques, mas é realmente um jogador imprescindível.

Entrega total

Exigido ao máximo no decorrer das partidas, pelo modo como o meio-campo do Inter atua, sempre projetado à frente, próximo dos atacantes, Willians é insuperável no esforço com que se entrega à disputa pela bola.

Os seus erros em passes malfeitos são o subproduto de um esforço de quem se obriga a fazer mais do que lhe cabe no desempenho da função. Não comprometem as atuações porque muitas vezes ele triplica o esforço para corrigi-los.

O Willians, portanto, não foi elogiado gratuitamente pelo seu comandante. O jogador e o guerreiro que vestem a camisa vermelha se confundem.