Fernandão era um cara extremamente gentil e humilde. Numa reedição do meu livro, lembro que ficou o tempo inteiro do meu lado. Pautava sua vida pela humildade. Não contava tempo para atender aos fãs.

Fernandão virou ídolo do Inter desde o primeiro jogo. Estreou em um Gre-Nal, em 10/7/2004. Entrou no intervalo e fez, 33 minutos depois, o milésimo gol na história do clássico. Ficou de joelhos depois de colocar a bola na rede, agradecendo a Deus. Neste momento, tenho certeza, Deus estará do lado dele, cara.

Fernandão era admirado por ser líder, atencioso, agregador, culto. Os mais jovens tinham paixão por ele. O Rafael Sobis  diiza: "É como se fosse meu pai". Isso explica por que todos paravam para ouvi-lo. Foi assim na final do Mundial de Clubes, em 2006. Seu momento supremo da vida profisional no Inter. Teve atuação decisiva com um discurso feito antes de entrar em campo. O Inter jamais perderia para o Barcelona por aquele discurso. O Capitão avisou que não estávamos lá para perder, mas ser donos do mundo.

A morte de Fernandão é uma perda terrível para o futebol brasileiro, mas sobretudo para a cidadania. Eis um exemplo de comportamento. Era culto, interessado e, principalmente, humilde.  O Fernandão não merecia isso. O nome dele ficará ainda mais gravado com letras de ouro na história do Inter.