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Paixão Colorada

Coluna do Kenny: Fernandão era um ídolo destituído de vaidade

Leia a íntegra da coluna do Kenny Braga no Diário Gaúcho

09/06/2014 - 08h01min

Atualizada em: 09/06/2014 - 08h01min


Fernandão comemora o seu primeiro gol pelo Inter, o milésimo na história do clássico Gre-Nal

De repente, na madrugada de sábado, a notícia da tragédia me retira do estado de sonolência com impacto furioso. Diz, na sua crueza objetiva, que Fernando Lúcio Costa, o Fernandão, morreu nas margens de um rio, em Goiás, seu estado natal.

Fico mudo, estarrecido, sem condições de comentar a notícia da tragédia brutal. Será que sou vítima de pesadelo, de artimanha de um enviado das trevas, disposto a me torturar? Só depois de alguns minutos recupero as forças e me ergo da cama para anotar numa folha de caderno, com mão trêmula, detalhes da morte do Fernandão, que sempre me distinguiu com a sua amizade feita de alegria, gentileza e disponibilidade para ajudar o próximo.

Estrela brilhante

As virtudes de Fernandão como jogador de futebol e sua colaboração decisiva para o Inter conquistar grandes títulos, como a Libertadores da América e o Mundial de clubes, em 2006, são notórias. Mas havia no homem Fernandão uma riqueza interior, característica da sua personalidade, somente perceptível a quem convivia com ele.

Apesar da fama, da excelente situação financeira que desfrutava, resultado dos anos em que jogou no Brasil e no Exterior, Fernandão era um ídolo destituído de vaidade. Não havia nele o menor sinal de arrogância, tratando a todos com esmerada educação, entendendo que no fundo que somos todos iguais.

Por isso, sua morte deixa-nos tão saudosos e tristes. Mas, em algum lugar onde Fernandão se encontre, saberá que nós, colorados, jamais o esqueceremos. Ele se converteu numa estrela para brilhar sempre acima do Beira-rio, em nossas noites de vigília e de fidelidade a nossa paixão.


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