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Paixão Colorada

Coluna do Kenny: A elitização do futebol brasileiro venceu

Leia a íntegra da Coluna do Kenny no Diáro Gaúcho

24/07/2014 - 07h32min

Atualizada em: 24/07/2014 - 07h32min


Venho observando há anos, com absoluta contrariedade, um processo de crescente elitização do futebol brasileiro. Muitos torcedores apaixonados, moradores das periferias das grandes cidades, que lutam com dificuldades para sustentar suas famílias, já não assistem aos jogos dos seus times ao vivo.

Virou hábito eles olharem as partidas pela tevê e, às vezes, nem isso. Não têm dinheiro para bancar os preços dos ingressos em estádios onde diminuíram ou simplesmente foram eliminados espaços com preços populares, privilegiando-se áreas Vips para torcedores endinheirados.

Já sei que alguém poderá objetar que, em algumas partidas, os estádios ficam lotados. As exceções são invocadas para contrariar a regra. Tudo bem, fico com números, que não mentem.

Desconsideração

Os números são preocupantes e deveriam tirar o sono dos administradores sérios do futebol brasileiro. Em um ranking mundial de médias de público em jogos de campeonatos nacionais, o Brasil, que se considera o país do futebol, ocupa o  15º lugar. A média de público é de 15 mil torcedores. Até nisso perdemos de goleada para a a Alemanha, líder desse ranking.

A média de público em jogos da Bundesliga é de 43 mil torcedores na temporada 2013/2014. Ainda sofremos outra derrota para a Alemanha, mais humilhante. Nos seus  jogos do campeonato da segunda divisão, a média de público é de 17 mil torcedores. A elitização do nosso futebol é uma desconsideração com os torcedores brasileiros mais pobres.


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